Há 48 horas fazendo um protesto solitário em frente ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, a cabeleireira Edna Lima Bronze, 35 anos, permanece com a greve de fome e acorrentada às grades da instituição, vestida com fantasia de palhaço.

A mulher tenta alertar as autoridades para a situação que ela chama de “descaso na saúde pública”. Edna foi operada de uma apendicite em abril, mas ela acabou perdendo um bebê de seis semanas que estava sendo gerado dentro das trompas.

Edna conta que recebeu na quarta-feira (18) a médica que fez sua operação, e foi esclarecida sobre várias dúvidas. A cirurgiã explicou que não fez o ponto plástico porque o procedimento poderia ter de ser desfeito, já que havia risco de infecção no local.

A cabeleireira diz que se sentiu satisfeita com a receptividade da direção do hospital e com o contato feito pela médica: “ela priorizou a minha vida, senti sinceridade e verdade no que ela disse. A gente se entendeu”, afirma. Edna relata ainda que a cirurgiã se dispôs a fazer uma cirurgia plástica para reparar a região do abdômen.

Durante a noite, Edna deixou o local do protesto e dormiu no saguão do hospital, mas retornou à rua logo pela manhã. Ela começa a sentir fraqueza e dor de cabeça, como possíveis sintomas da greve de fome – a cabeleireira apenas bebe líquidos. Apesar de o caso estar aparentemente resolvido, com a atenção prestada pelo corpo médico do Hospital Regional, Edna diz que ainda vai ficar “mais um pouco” acorrentada. Segundo ela, o protesto deve terminar às 16h.

Ela espera que algum candidato a procure para “dar um parecer sobre o que vai ser feito”.

(matéria editada às 11h26 para acréscimos de informações)