A mortalidade materno infantil tem índices que chamam a atenção em Mato Grosso do Sul. Esta é a constatação de uma pesquisa na área, que segundo mostra, MS está acima da média nacional.

Em média, MS registra 32 casos de mortalidade materno infantil, e segundo o Ministério da Saúde, 92% dos casos poderiam ser evitados com medidas simples, como o pré-natal e o acompanhamento pós-parto adequado.

Entre as causas, a grande vilã das gestantes é a eclampsia, um tipo de síndrome que pode levar à morte por hipertensão. Causas como descolamento de placenta, aborto e hemorragia também entram na lista dos principais acontecimentos registrados.

Devido aos índices tão altos, amanhã profissionais da área de saúde se reúnem para discutir o problema, durante o XXV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de MS, que acontece até o próximo 7/8.

De acordo com a presidente da Associação de ginecologia e obstetrícia, Maristela Vargas Peixoto, no evento serão apresentados novos métodos e pesquisas sobre a saúde da mulher

“A intenção é capacitar e atualizar os profissionais, pois isso garante que os avanços científicos se transformem em benefícios práticos para a sociedade”, relata ela.

Palestrante durante o evento, a ginecologista Maria Auxiliadora Budib alerta para a dificuldade em avaliar os índices, no Brasil. “Alguns profissionais preenchem incorretamente as declarações de óbito, omitindo que a morte teve causa relacionada à gestação, ao parto ou ao pós-parto e esse documento é o ponto de partida para as investigações, servindo como fonte de dados para estatísticas sanitárias e aprimoramento na saúde da mulher”, explica Budib.

O Ministério da Saúde alerta ainda para a existência de cemitérios clandestinos, principalmente na região Nordeste, onde são enterradas mulheres que não entram nas estatísticas oficiais.

“Nossa intenção é diminuir esses índices e promover a capacitação dos profissionais e melhorias nas estruturas dos hospitais e a conscientização das mães sobre a importância do acompanhamento à mulher e ao recém-nascido também irão contribuir significativamente para atingirmos a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde de apenas 10 mortes para um grupo de 100 mil gestantes”, diz Maria Auxiliadora Bubid.