O MPE (Ministério Público Estadual) deverá pedir para que este ano, na revisão da lei do Uso do Solo (ocorre a cada cinco anos) seja respeitado os aspectos ambientais e revistos critérios para o crescimento imobiliário na região do córrego Prosa, palco de destruição pela enxurrada no último sábado (27).

A Promotoria do Meio Ambiente, responsável por cobrar dos vereadores e da Prefeitura medidas eficazes que garantam o interesse coletivo, deve seguir na mesma entoada do presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Siufi, e do secretário municipal de Obras, João Antonio De Marco.

Nesta manhã, a promotora de Meio Ambiente Mara Cristiane Crisóstomo Bravo seguiu a mesma linha das autoridades municipais já ouvidas pelo Midiamax, unânimes ao culpar a intensidade da chuva pelos estragos provocados na cidade, na noite do sábado, e descartam falhas nas obras de infraestrutura e não responsabilizam as construtoras que ergueram torres nas margens dos córregos.

A promotora acompanhou o prefeito Nelsinho Trad e autoridades na entrevista coletiva na esplanada ferroviária e disse que não pensa em pedir a interdição judicial de prédios em risco de desabamento, tampouco abrir investigação para saber se as obras de contenção das encostas do córrego e dos edifícios.

Especialista ouvido pelo Midiamax culpa o crescimento desordenado e até desrespeito ao plano diretor da cidade pelas catástrofes recorrentes. “Sem espaço, todo o volume da água cai sobre o trecho canalizado do córrego Prosa, que não suporta e aí aparecem os danos”, disse o arquiteto Ângelo Arruda.