Júnior Bittencourt levou uma surra logo após comandar um protesto contra o prefeito da cidade, Ari Artuzi;

Já se passaram quase quatro meses que o líder estudantil Junior Bittencourt sofreu um atentado sem que a polícia solucionasse o caso.

Junior que desde o início do ano passado organizava manifestações contra a administração do prefeito Ari Artuzi afirmou que até agora não obteve resposta da polícia sobre quem teria sido os autores ou mandantes do atentado que sofreu no dia 18 de maio deste ano.

O estudante disse que “este é o momento mais propício para se esclarecer todas as coisas que estão encobertas na cidade”.

Para Junior os autores e mandantes do atentado que sofreu “podem muito bem estar circulando no meio de nós sem ser notado e sem punição”.

Entenda o caso

O líder estudantil Junior Bittencourt, que é cabelereiro e ficou conhecido em Dourados nos últimos meses por ter encabeçado vários protestos políticos contra a administração do prefeito Ari Artuzi (PDT) afirma que sofreu um atentado no início da noite de 18 de maio quando se preparava para fechar a porta do salão de cabeleireiro onde trabalhava.

Filiado ao PT, Junior é coordenador da campanha do ex-prefeito Tetila a deputado estadual. Desde o ano passado, logo após a deflagração a Operação Owari que investigava supostas irregularidades cometidas por secretários municipais e que levou a prisão de 42 pessoas, Junior vinha realizando protestos políticos contra a administração do prefeito Ari Artuzi (PDT).

Bittencourt, desde o tempo que era estudante do curso de Geografia na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), quando coordenava o Diretório Central de Estudantes, organizava protestos pela ética na política. À época em que Tetila era prefeito, entretanto, Junior não fez manifestos contra a gestão do petista.

Depois de formado, além de trabalhar como cabeleireiro passou a lecionar em escolas públicas. Atualmente também cursa Economia na UFGD.

Junior conta que estava conversando com um amigo no Posto Guaicurus, que fica a trinta a metros do seu local de trabalho, quando observou que dois homens estavam de bicicletas na esquina da Rua Eulália Pires com a Avenida Weimar Torres na Vila Mattos.

O cabeleireiro foi para o salão que ficava no prédio 550 da Avenida Weimar Torres e quando se preparava para fechar a porta de enrolar um sujeito encapuzado entrou com a intenção de cortar o cabelo. O relógio marcava 17h40. Junior conta que o sujeito chegou e perguntou: – Você é o Junior? A resposta foi sim.

Neste momento o homem, que estava vestindo um moletom com capuz, perguntou onde sentava para cortar o cabelo. Antes de sentar na cadeira giratória ele retornou para a porta e olhou para a outra pessoa que estava na esquina.

Em seguida, o homem de capuz sacou uma faca de açougueiro e disse para Junior: – Você está colocando em risco meu patrimônio com seus protestos seu filho da puta!.

Junior entrou em luta corporal com o encapuzado e depois de quase dez minutos conseguiu derrubar o bandido no chão. Junior caiu sobre o lavatório que se quebrou. Enquanto isso o encapuzado montou em sua bicicleta verde e desapareceu no escuro juntamente com o outro ciclista.

O estudante contou na época que o encapuzado era jovem, tinha aproximadamente 1m70 de estatura, pele negra e bigode fino. Junior também observou que faltavam alguns dentes na arcada superior do bandido. Nenhuma pessoa testemunhou o crime.

Segundo Junior todas as lojas e escritórios próximos do Salão Vip já estavam fechados. Com medo que os bandidos retornassem Bittencourt pegou a sua motocicleta e seguiu diretamente para o primeiro distrito policial, onde registrou o Boletim de Ocorrência número 1737/2010.

Junior permaneceu na delegacia até que recebeu autorização para ser submetido ao exame de corpo de delito. O estudante teve parte de sua roupa rasgada, os óculos quebrados e ferimentos e hematomas na testa e em outras partes do corpo.