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Médicos que brigaram em parto que criança morreu podem ser indiciados por aborto

Os médicos Orozimbo Ruela Oliveira Neto e Sinomar Ricardo trocaram socos na sala de parto; após confusão, a mulher (foto) enfrentou uma cirurgia cesariana e a criança nasceu morta
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Os médicos Orozimbo Ruela Oliveira Neto e Sinomar Ricardo trocaram socos na sala de parto; após confusão, a mulher (foto) enfrentou uma cirurgia cesariana e a criança nasceu morta

Os dois médicos que trocaram socos durante um serviço de parto em que o bebê nasceu morto, esta semana, em , cidade distante 297 km de , podem ser indiciados por aborto com dolo eventual e, se confirmada culpa dos envolvidos, pode provocar a prisão deles por até quatro anos, informou o delegado da Polícia Civil Lupersio Degerone Lúcio. Os dois clínicos teriam brigado na sala de cirurgia pelo comando do procedimento, isto é, pelo atendimento à paciente, que havia optado pelo parto normal e acabou forçada a se submeter a uma cesariana. A certidão de óbito diz que a criança, uma menina, morreu por “sofrimento fetal agudo e anoxia (o mesmo que falta de oxigênio)”.

Já o CRM (Conselho Regional de Medicina), informou por meio de sua assessoria jurídica que instaurou sindicância para apurar o caso e fixou em dez dias o prazo para os médicos se defenderem.

De acordo com o delegado, os médicos implicados no caso são Orozimbo Ruela Oliveira Neto e Sinomar Ricardo, que estavam de plantão na terça-feira de madrugada. Os dois prestavam serviço à prefeitura de Ivinhema, que os demitiu ontem por conta da confusão durante o parto trágico.

O histórico

O pai do bebé, o soldado do Corpo de Bombeiros Gilberto de Melo Cabreira, 32, disse ao Midiamax, por telefone, que sua mulher Gislaine de Matos Rodrigues, também de 32 anos, foi internada domingo por volta das 17 horas no Hospital Municipal de Ivinhema. O casal, segundo Cabreira, havia combinado com o médico Orozimbo Neto que o parto seria normal.

O médico, narrou Cabreira, disse que ia sair do plantão e retornaria no dia seguinte, o que aconteceu. Gislaine, segundo o marido, fora levada até uma sala do hospital, onde teria o bebê. Isso aconteceu por volta das 23h30, disse o bombeiro, que aguardava o nascimento da filha na recepção do hospital.

Quinze minutos após ter sido avisado pelo médico Orozimbo que o parto ia começar, Cabreira viu alguns atendentes correndo em direção a sala onde sua mulher era atendida. Ele foi ao local e soube pela mulher que o médico Orozimbo e outro plantonista, Sinomar Ricardo, havia se enfrentado numa briga corporal.

O médico Sinomar, segundo versão da mulher, teria expulsado Orozimbo da sala e dito que quem cuidar do parto de Gislaine era ele. De acordo com a mulher, quando os médicos começaram a briga, ela já estava sem roupa, pronta para gerir a filha.

Policiais foram ao hospital, conversaram com os médicos e Gislaine fora para outra sala. “A barriga de minha mulher já estava enrijecida e os médicos naquela monstruosidade. Milha mulher sem roupas e um monte de gente entrando e saindo da sala, foi horrível. Minha mulher suplicava para os médicos pararem e atenderam a ela, mas não foi atendida”, disse.

Depois de levada para outra sala, a direção do hospital teria acionado um médico que não estava de plantão para cuidar de Gislaine. Meia hora depois apareceu o médico. “Preste atenção numa coisa: minha mulher entrou na sala de parto às 23h30 e a cesariana só foi acabar uma hora e meia. Minha filhinha nasceu toda roxa e minha mulher sofreu muito, ela só dizia que tinha acabado suas forças, eu vi tudo isso”, disse o militar.

Cabreira saiu do hospital e registrou o caso na polícia e ontem pela manhã ele prestou depoimento no Ministério Público Estadual. “Não quero acusar ninguém agora, mas se houver culpados que sejam punidos”, disse

Cabreira e Gislaine já tinham comprado o enxoval do bebê. “Minha filha estava bem, já tínhamos ouvido o coração dela nos exames feitos durante a gravidez. E ela morreu por anoxia, está registrado isso”, protestou o militar.

A criança morta no parto se chamaria “Mibsan Rodrigues Cabreira”, segundo o bombeiro, que havia escolhe o nome por influência da igreja que freqüenta com a mulher, evangélica. Mibsan significa “doce aroma” na linguagem hebraica.

Os médicos envolvidos no caso ainda não se manfestaram oficialmente. Sinomar Ricardo mandou por e-mail uma versão que culpa o colega pelo desfecho do parto (saiba em notícias relacionadas, logo abaixo)

 

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