Um rapaz passava mal, segundo consta, após ter ingerido bebida alcoólica; o médico concluiu que o estado não era grave, parentes se revoltaram com o diagnóstico e agrediram o profissional

Mais um tumulto em um posto de Saúde da Capital deixou um funcionário ferido. O fato dessa vez ocorreu com um médico que foi agredido na madrugada de hoje, por volta das 3h30, no Posto de Saúde Nova Bahia.

Segundo informações do boletim de ocorrência, o médico estava fazendo o plantão na unidade de saúde, quando três pessoas chegaram, dois jovens de 18 e 20 anos e a mãe deles de aparentemente 50 anos. Ao chegarem ao local, os três solicitaram atendimento, já que um dos jovens estava passando mal, após ter ingerido bebida alcoólica.

O médico colocou o jovem em uma cadeira de rodas e fez uma breve análise do estado dele e constatou que o caso não era grave e o levou até a enfermaria. Diante disso, os familiares foram orientados a realizar os procedimentos de praxe junto à recepção, enquanto o médico atendia outro paciente e que, após isso, iria atender ao jovem que estava passando mal por causa da bebida.

Ao chegar na enfermaria, os familiares do jovem começaram a esbravejar contra o médico e tanto o paciente como seu irmão foram em direção ao médico e começaram a agredi-lo com socos e empurrões. Os agressores foram contidos por pacientes que estavam no local e por alguns funcionários.

Mãe e os dois irmãos foram embora do local, enquanto que a Polícia Militar foi acionada, porém os agressores não foram localizados. Devido às agressões, a vítima ficou com lesões abaixo do olho direito e acima do nariz.

O médico informou no boletim de ocorrência que, no momento em que ocorreu a agressão, a unidade de saúde estava desguarnecida de pessoas que realizassem a segurança do local.

Outros Casos 

Esse não é o primeiro caso em que a população se revolta com a demora no atendimento dos postos de Saúde. No dia 8, uma paciente agrediu uma médica no Coophavilla II. Já no dia 21 de janeiro, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, funcionários foram agredidos por pacientes cansados de esperar pelo atendimento.

No dia 4 de fevereiro, uma mulher revoltada com o atendimento no Posto de Saúde do bairro Pioneiros , ameaçou dar um tiro em um funcionário e no guarda que fazia a segurança do local. Já no dia 11 de fevereiro, no Posto de Saúde do Vila Almeida, uma funcionária foi xingada.

Na ocasião, no dia 12 de fevereiro, o prefeito Nelson Trad Filho disse que iria conversar com o secretário de Estado Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, para que fossem realizadas rondas ostensivas da polícia na região dos postos, para que haja mais segurança. Segundo Trad, o clima de insegurança prejudica tanto o atendimento como o trabalho dos médicos.

“Nós já estamos sabendo do ocorrido, vamos conversar com o secretário Jacini para fazer aquilo que tinha prometido e organizar a questão do atendimento. Se não tiver segurança no Posto de Saúde não tem como contratar mais pessoas. Precisa ter ambiente de trabalho, tranqüilidade e segurança para poder trabalhar. Ele prometeu que seriam feitas rondas ostensivas, mas até agora não aconteceu”, afirmou Trad.