Começa hoje o julgamento dos acusados de matar Isabella Nardoni, 5; devem ser ouvidos, inicialmente, as quatro testemunhas de acusação que ainda não prestaram depoimento. Em seguida será a vez das testemunhas convocadas pela defesa

Está marcado para começar na manhã desta terça-feira o segundo dia do julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá –acusados de matar Isabella Nardoni, 5, filha de Alexandre. Devem ser ouvidos, inicialmente, as quatro testemunhas de acusação que ainda não prestaram depoimento. Em seguida será a vez das testemunhas convocadas pela defesa.

Ontem, os jurados –formados por quatro mulheres e três homens– ouviram apenas o depoimento da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, em que ela descreveu Alexandre como um pai ausente. Após seu depoimento, foi determinado que ela deverá permanecer em instalações da Justiça durante o júri, para uma possível acareação com Alexandre Nardoni.

Após o primeiro dia de julgamento, o casal Nardoni foi levado para penitenciárias da cidade de São Paulo. Ele passou a noite do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros e ela na cadeia feminina do Estado, localizada no complexo do Carandiru.

Inicialmente, 23 testemunhas haviam sido convocadas. No entanto, 16 devem ser ouvidas –seis foram dispensadas pela defesa e outra –a avó materna de Isabella–, pela acusação. Com previsão de durar cinco dias, o julgamento acontece no fórum de Santana, na zona oeste de São Paulo.

Réus

O advogado Antonio Nardoni, pai de Alexandre Nardoni, disse na tarde desta segunda-feira que o filho está confiante em uma sentença favorável da Justiça e na sua absolvição.

Segundo Antonio, o filho disse “estou bem de coração e de consciência”, durante uma conversa que os dois tiveram no domingo (21) na última visita da família antes do julgamento, na Penitenciária 2 de Tremembé (SP), no Vale do Paraíba.

Público e manifestantes

O julgamento atraiu manifestantes e estudantes de direito de outros Estados. Por volta das 19h, um grupo de quatro estudantes do terceiro ano de direito em Salvador (BA) aguardavam a possibilidade de entrar no plenário do 2º Tribunal do Júri para acompanhar a sessão –eles desembarcaram hoje em São Paulo. Uma das estudantes, Maria da Purificação Guimarães dos Santos, afirma que pretende permanecer no local, na tentativa de assistir ao júri.

Pela manhã, diversas pessoas foram ao fórum para manifestar.

Um dos grupos que protestava era o Euvi (Encontro Unificado de Vítimas de Impunidade), fundado pelos pais de Emily de Araújo, 13, morta a tiros durante um assalto em São Vicente (litoral de SP), em maio de 2007. Com vizinhos e amigos, que acompanham o caso Isabella há quase dois anos, eles fazem um abaixo-assinado para pedir mudanças no Código Penal.

De acordo com Wilson Caetano de Araújo, 51, pai de Emily e fundador do grupo, o abaixo-assinado pede “o fim do tempo máximo de reclusão, que hoje é de 30 anos”.