Com o objetivo de verificar as condições físicas, técnicos operacionais, e sanitários do Hospital Auxiliadora de Três Lagoas, técnicos da Secretaria de Estado de Saúde, através da Vigilância em Saúde realizaram uma inspeção na unidade.

Conforme o relatório apresentado pela secretaria, 152 irregularidades foram apresentadas no Hospital Auxiliadora.

Segundo a vereadora Marisa Rocha (PSB), que faz parte da Comissão de Saúde na Câmara Municipal, algumas irregularidades apontadas no relatório devem ser sanadas de imediato, outras com um prazo maior.

Marisa participou na manhã desta quarta- feira (20) do programa “Acorda Três Lagoas” da Rádio Caçula, e disse que, após o relatório apresentado algumas mudanças já ocorreram no hospital, como troca da diretoria da unidade.

A parlamentar informou que o Hospital Auxiliadora está sendo administrado por um grupo de auditores, e pelas irmãs “Temos certeza que a partir de agora as coisas vão mudar para melhor no hospital”, afirmou, ressaltando que 40 itens apontados já foram regularizados.

Irregularidades

Conforme consta no relatório apresentado, o Hospital Auxiliadora trata- se de uma edificação antiga, com algumas áreas apresentando problemas de fluxo. A unidade possui 272 leitos, e serve de referência para municípios da região.

Outra irregularidade apontada, de acordo com a documentação, é referente à nutrição parenteral que é industrializada proveniente da Baxter em sistema fechado, o que permite a mistura de componentes somente no momento da administração. O produto fica armazenado no setor de farmácia do hospital com o nome comercial Oliclinomel-1000 E. Portanto, não há manipulação da nutrição parenteral.

Imediato

O relatório apresentado determina que algumas medidas sejam tomadas de imediato. Entre as irregularidades citadas está na sala de pequenas cirurgias que não possui local exclusivo para lavagem/higienização das mãos.

O local, segundo relatório, serve para lavagem das mãos e também das máscaras de inalação “No momento da inspeção havia uma vasilha com várias máscaras de inalação”, diz um trecho do documento apresentado.

Outra irregularidade apontada foi à falta de sabonete líquido, papel toalha e lixeira com tampa de acionamento por pedal, conforme determina a Anvisa. A presença de sanitários sem assentos, válvulas de descarga sem tampa, também foi detectado no local. Todas essas situações deveriam ser reparadas de imediato.

Funcionários do setor de serviços gerais também foram constatados trabalhando no local sem o devido treinamento. Ainda ficou determinado a retirada imediata dos ventiladores de teto, pois podem gerar artefato, assim como vedar a fiação exposta no chão.

Foi exigido ainda o uso de ventilador no setor de manipulação, assim como providenciar a higienização dos utensílios, como panelas, da coifa e exaustor que estão com acúmulo de sujeira, além de determinar a limpeza dos utensílios dos pacientes, bem como separar os produtos que estão no freezer misturados, como carne crua e salgado pré- pronto.

No lactário foi constatado que o hospital não realiza o procedimento de desinfecção das mamadeiras. Outra irregularidade apontada no setor foi o fornecimento do leite em pó Itambé para todos os públicos, porém foi feito uma orientação para não utilizar mais o produto.

Medicamentos fracionados não identificados com nome, lote, data de fabricação e validade também foram encontrados no local.

Foi constatado ainda que o Hospital Auxiliadora não possui material suficiente para intubação (emergência), somente dois para quatro salas cirúrgicas. No ato da inspeção foi verificada a entrada de profissional médico na área suja. O mesmo estava indo para a UTI, transitando também no Centro Cirúrgico.

Durante auditoria realizada foi detectado também a falta de leitos no Centro Obstétrico e na UTI para adulto, sendo oito e dois para isolamento. As demais irregularidades devem ser normalizadas no prazo máximo de 30 dias.