Impasse em negociações salariais pode parar frigoríficos de MS

Donos de frigoríficos e empregados não chegaram a um acordo na “mesa redonda” realizada hoje pela manhã no Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, para discutir e aprovar a nova Convenção Coletiva de Trabalho 2010, que deve vigorar a partir de 1º de março. Diante do impasse, os trabalhadores, através de seu Sindicato dos […]

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Donos de frigoríficos e empregados não chegaram a um acordo na “mesa redonda” realizada hoje pela manhã no Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, para discutir e aprovar a nova Convenção Coletiva de Trabalho 2010, que deve vigorar a partir de 1º de março. Diante do impasse, os trabalhadores, através de seu Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande – STIC/CG não já sinalizou a possibilidade de uma greve geral na cidade.

“A classe patronal afronta os direitos dos trabalhadores. Desrespeita as categorias que os representam e não tem nenhuma consideração com o bom desempenho de seus profissionais”, desabafou Gilberta Gregório, presidente do sindicato laboral, que pretende marcar para esta semana uma assembléia geral com os funcionários de frigoríficos para decidir que rumo deverão tomar.

O vice-presidente do sindicato laboral, Vilson Gimenes Gregório, que também estava presente à mesa redonda, disse que as duas partes sequer chegaram discutir a pauta de reivindicação dos trabalhadores porque a assessoria jurídica do sindicato patronal questionou o embasamento da assembléia (laboral) que resultou nas reivindicações. “Ora, o senhor quer que nosso sindicato preste contas de suas atividades aos senhores do sindicato patronal?” questionou revoltado o sindicalista Vilson Gimenes ao posicionamento do advogado João Campos, da classe patronal, que insistiu no cumprimento do artigo 612 da CLT, que segundo ele, amparava essa prestação de informação.

Como o sindicato patronal não reconheceu a pauta de reivindicação como “legítima” da vontade dos trabalhadores, a reunião não ocorreu. Houve duros questionamentos e críticas por parte do sindicato dos empregados que prometeu levar à base a posição patronal. Vilson Gimenes alertou à classe patronal que pela vontade dos trabalhadores já ocorreria paralisação em alguns frigoríficos da Capital a partir desta quarta-feira (24).

“Pela vontade dos empregados em frigoríficos a paralisação seria a partir de agora. De imediata. Fomos nós que seguramos para tentar fechar acordo nesta mesa redonda”, explicou Vilson Gimenes. A “mesa” foi intermediada por Nilo Nunes Nogueira, chefe da Seção de Relação de Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.

Mesmo sem entrar nas negociações, o presidente do sindicato dos donos de frigoríficos, Ivo César Scarcelli informou que através de uma assembléia geral com empresários do setor, ficou aprovado que a classe patronal concederia reajuste salarial equivalente ao INPC acumulado nos últimos 12 meses, que, segundo Ivo, daria 4,36%. Os trabalhadores não aceitam, querem salário base de R$ 615,00 e reajuste de 11% para quem ganha acima desse valor.

Vilson Gimenes informou ainda na reunião, que os frigoríficos tiveram um lucro “extraordinário” no ano passado. Só o JBS, segundo ele, faturou, em 2009, a vultuosa soma de R$ 28 bilhões. “E olha que essa empresa ficou em quinto lugar entre os frigoríficos que mais arrecadaram no Brasil, segundo publicações oficiais. Se faturaram tanto, como sonegar um repasse digno àquele grande responsável por esse faturamento, que são os empregados?”, questiona Vilson Gimenes.

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