Mesmo com maior escolaridade e com uma carga horária de trabalho superior à dos homens, as mulheres brasileiras têm menores rendimentos que eles e quase 70% das jovens de 16 a 24 anos trabalham na informalidade. Outro dado que chama a atenção é o número de idosas (mulheres com mais de 60 anos), cuja proporção atinge os 82,2% no trabalho informal.

Esse e outros dados foram revelados hoje (17/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante a divulgação da Síntese de Indicadores Sociais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), no Rio de Janeiro. O Instituto utilizou os dados da Central de Atendimento a Mulher, Ligue 180 na pesquisa.

Ao fazer a análise por grandes regiões, as diferenças são ainda mais expressivas: na Região Sudeste 57,2% das mulheres jovens estão inseridas em trabalhos informais e na Região Nordeste essa proporção chega a 90,5%, A pesquisa também relaciona a alta participação desses segmentos etários comparando a informalidade à dificuldade de conseguir o primeiro emprego, no caso das mais jovens. E o retorno de aposentadas e pensionistas ao mercado, especialmente em trabalhos informais.

Apesar de maior escolaridade as mulheres têm rendimento médio inferior ao dos homens. Em 2009, o total de brasileiras ocupadas recebia cerca de 70,7% do rendimento médio dos homens ocupados. No mercado formal essa razão chega a 74,6%, enquanto no mercado informal o diferencial entre o rendimento de homens e mulheres é ainda maior: as mulheres no mercado informal recebem somente 63,2% do rendimento médio dos homens.