Homens não devem temer avanço das mulheres, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante Congresso das Mulheres Metalúrgicas realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que os homens não devem temer perder espaço para as mulheres na sociedade e no mundo do trabalho. Ao se referir ao próprio sindicato onde discursava, berço político do presidente, Lula criticou […]
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante Congresso das Mulheres Metalúrgicas realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que os homens não devem temer perder espaço para as mulheres na sociedade e no mundo do trabalho. Ao se referir ao próprio sindicato onde discursava, berço político do presidente, Lula criticou o fato de que este era apenas o segundo congresso destinado a mulheres e que ele ocorria 30 anos depois do primeiro, em 1978.
Lula avaliou que o motivo deste descompasso deveria ser o medo de que os homens perdessem cargos na diretoria do sindicato. O presidente, no entanto, afirmou que esse não era o seu caso e, sem citar o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que estava presente no evento, declarou: “Não é o meu caso. Porque, antes mesmo de perder o meu, indiquei logo”, brincou. Em um discurso breve, logo após ao da ministra, o presidente comentou sobre a oratória de Dilma. “A Dilma está falando mais do que a mulher da cobra”, fez um gracejo.
Ao comentar as conquistas das mulheres nos últimos 30 anos, o presidente chamou a atenção para a aprovação pelo Congresso Nacional do período de licença maternidade de 180 dias. Segundo ele, na década de 70, as mães tinham apenas quatro semanas de licença antes e quatro semanas após o parto. O presidente fez um alerta, contudo, sobre mecanismos que podem eventualmente ser criados e que prejudiquem essa conquista. “É preciso cuidado. Às vezes o que é um benefício pode atrapalhar”, afirmou. O presidente também comentou sobre a conquista das mulheres ao direito ao voto, na década de 30, entre outros avanços.
Já a pré-candidata do PT à Presidência da República disse que as mulheres sempre mostraram garra na luta pelos direitos sociais. “As mulheres sempre demonstraram coragem nas greves, na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização”, afirmou. Para a ministra, as mulheres têm uma relação afetiva e de cuidado com a população. Dilma ressaltou ainda que dificilmente uma proposta feminina é excludente. “Hoje, somos 52% da população e os outros 48% são nossos filhos”, afirmou.
A ministra afirmou ainda que as mulheres são capazes de liderar – “de tomar decisões, de dirigir e serem líderes.” A presidenciável lembrou que hoje as mulheres são responsáveis por 40% da renda das famílias e que, em 35% dos lares, a principal renda é a do trabalho da mulher. Dilma salientou ainda que os programas sociais do governo Lula, como o Bolsa-Família e o Minha Casa, Minha Vida têm a mulher como alvo preferencial. Dilma disse que o PAC 2, que será anunciado na próxima semana, também vai prever a construção de creches. “O País só será grande se protegermos as crianças, mulheres e jovens”, afirmou.
A pré-candidata do PT à sucessão no Palácio do Planalto vestia uma camiseta da segunda edição do congresso e era aplaudida constantemente por cerca de 350 delegadas do sindicato, que, vez ou outra, cantavam: “Olê, Olê, Olá, Dilma, Dilma”, numa referência ao bordão da campanha de Lula em 1989, quando o presidente Lula concorreu pela primeira vez à presidência
A ministra e o presidente Lula cumpriram uma extensa agenda de atividades hoje. Eles entregaram em Tatuí (SP) 650 ambulâncias da rede de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vistoriaram obras do PAC e entregaram casas em Osasco (SP). Depois do congresso, eles participariam de uma jantar com a comunidade árabe no Clube Sírio Libanês, na capital paulista.
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