O ajudante de serviços gerais Antônio José de Souza Menezes, 32 anos, teve o corpo queimado após adolescentes jogarem álcool e atearem fogo em suas roupas enquanto ele dormia, em Goiânia. A vítima ficou com queimaduras no abdôme, peito e no braço esquerdo. “Tive sorte de não estar dormindo, tava só sonolento, senão eu acho que eu teria morrido mesmo”, disse.
O ajudante de serviços gerais havia visitado amigos e familiares na Vila Pedroso, onde morou por 12 anos, mas atrasou para pegar o último ônibus que passava ali para Nerópolis (GO), a 33 km de Goiânia. Em vez de voltar para a casa de um irmão, preferiu deitar no sofá, que fica embaixo da cobertura que tem em frente à mercearia. Ele diz que não chegou a dormir e que ouviu os rapazes combinando de jogar álcool nele.
“Eram quatro ou cinco. Um deles não queria. Aí um entrou na casa, trouxe meio copo de álcool e deu para um amigo, que foi quem jogou em mim. Teve um que acendeu o isqueiro e o fogo começou”, contou Menezes. “Eu levantei rápido, tirei a camisa e consegui apagar o fogo que tava na minha barriga. Um dos rapazes me ajudou a tirar a camisa, mas depois fugiu pra casa onde morava um deles.”
Sozinho e a pé, Menezes andou cinco quadras até o 14º DP, onde a vítima de um outro crime na região o ajudou a ir até o posto de saúde que fica a 500 m dali. Depois, no final da manhã, ele voltou até a delegacia e registrou a queixa. “Nem queria registrar, não quero problemas, mas minha família insistiu. Não tenho mágoa deles, mas agora quero que a Justiça faça o que determina a lei.”
A a polícia prendeu os cinco suspeitos do ataque. Apenas um é maior de idade – tem 18 anos. Os outros tem entre 14 e 17 anos. Eles disseram na delegacia que queriam apenas dar um susto em Menezes e que a intenção era jogar água nele, mas um deles se confundiu e achou que fosse para pegar álcool. Quem jogou o líquido na vítima diz ter pensado se tratar de água.
Menezes diz que conhece os cinco rapazes, mas nunca conversou com eles. “Eu morei aqui 12 anos e continuo vindo pra cá todo fim de semana. Então sempre via eles na rua. E mesmo me conhecendo, eles fizeram isso. Imagine se não me conhecessem.” Os cinco jovens vão responder pelo crime de lesão corporal.