O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, criticou hoje o critério adotado atualmente para a distribuição dos royalties no País. Ressaltando que era uma opinião pessoal, e não do principal executivo da estatal, Gabrielli se mostrou contrário à destinação de 80,9% dos royalties para o Rio de Janeiro, enquanto outros estados, como a (o executivo é baiano), têm pequena participação nesses recursos.

“Como esse recurso pertence à União, ao governo federal, aos estados e aos municípios, acho que deveria ser melhor distribuído”, afirmou o executivo, que participou há pouco de evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.

Apesar de ser contrário ao modelo atual, o executivo também criticou o sistema proposto na chamada emenda Ibsen. “A emenda trata o estado onde está localizada a atividade de forma igual a outros estados, mas acho que precisa haver uma diferenciação porque os royalties são um pagamento pelo produto que vai se exaurir naquela localidade”, destacou o executivo, para em seguida apoiar um maior repasse ao Rio de Janeiro.

Gabrielli também ressaltou que, independente de sua opinião ou do texto que venha a ser aprovado, a distribuição de royalties é indiferente para a Petrobras, que continuará repassando o montante.

Eleições

O executivo também pediu, “como pessoa física”, como fez questão de destacar, que os candidatos à Presidência da República sejam claros com o povo brasileiro em relação ao futuro da Petrobras. “Espero que haja clareza com o que será feito com a companhia. Se ela será privatizada, se vão querer impedir o crescimento da companhia, se vão impedir que ela continue fazendo o que faz”, afirmou.

Apesar da declaração, Gabrielli deixou claro que não prevê uma mudança no direcionamento dos investimentos da estatal. “O governo pode orientar a companhia. A Petrobras é uma empresa disciplinada e cumpre a determinação do Conselho (que é formado em sua maioria por membros do governo federal). Mas é uma empresa que sempre planejou no longo prazo, pois os investimentos em petróleo e gás levam no mínimo de 7 a 8 anos”, afirmou, lembrando que nos mais de 50 anos de existência da companhia, a Petrobras sempre trabalhou com foco em longos ciclos de investimento.