Em março, o Independência pagou de uma só vez as dívidas inferiores a R$ 100 mil. Os pecuaristas com crédito acima dessa quantia passaram a receber o valor parcelado em 24 meses. Dos 289 credores sul-mato-grossenses que assumiram ter dívidas quando a indústria entrou em processo de recuperação, 94 ainda recebem as parcelas estipuladas no plano

O Frigorífico Independência vai manter suspenso por dois meses os pagamentos assumidos no plano de recuperação judicial acertado com seus credores no final do ano passado. O adiamento das parcelas de setembro e outubro para novembro foi definido na Assembléia Geral de Credores (AGC) realizada hoje (13), em São Paulo.

Em segunda convocação, depois que a primeira, marcada para o último dia 8 não ocorreu por falta de quórum, a assembléia também definiu que para compensar o atraso dos dois pagamentos, as duas últimas parcelas serão pagas adiantadas, junto com a antepenúltima. A parcela de setembro seria a sexta de um total de 24 acertadas no plano de recuperação.

Em março, o Independência pagou de uma só vez as dívidas inferiores a R$ 100 mil. Os pecuaristas com crédito acima dessa quantia passaram a receber o valor parcelado em 24 meses. Dos 289 credores sul-mato-grossenses que assumiram ter dívidas quando a indústria entrou em processo de recuperação, 94 ainda recebem as parcelas estipuladas no plano. Dos cerca de R$ 42 milhões devidos aos pecuaristas do Estado, R$ 17 milhões ainda não foram pagos.

A justificativa apresentada pela indústria para a suspensão temporária nos pagamentos é a formação de capital de giro, que atualmente seria insuficiente para manter a saúde financeira do grupo. A proposta inicial apresentada pelo frigorífico era a suspensão do pagamento por quatro meses, rejeitada pelos presentes.

A informação de que o frigorífico suspenderia temporariamente os pagamentos já havia sido confirmada anteriormente e gerou insegurança entre os credores. Desconforto que o resultado desta assembléia não desfez, pois ficou declarada a convocação de uma nova assembléia para discutir outras modificações no plano.

“Difícil para os produtores conviver com essa situação, pois já contamos com o pagamento das parcelas. Isso só reforça a necessidade da venda à vista”, enfatizou o presidente da Comissão de Credores da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Leôncio Brito, presente na assembléia. Segundo ele, produtores rurais e entidades que os representam se manterão unidos e presentes de modo a obter de forma legal “até o último centavo” devido pelo Independência