Placenta da mãe da criança foi levada para a universidade paulista; delegado já ouviu dez testemunhas, todas confirmaram a confusão

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a renomada USP, é quem vai apontar a causa da morte da criança cuja mãe entrou em trabalho de parto, era atendida numa sala do Hospital Municipal de Ivinhema e o procedimento fora interrompido porque dois médicos trocaram socos na frente dela, informou o delegado Lupércio Degerone Lúcio, que quer saber agora se a criança nasceu morta por influência da briga. O CRM (Conselho Regional de Medicina) instaurou sindicância para apurar a conduta dos obstetras, demitidos pela prefeitura da cidade um dia após o episódio..

O policial já ouviu dez depoimentos e até terça-feira, colhe mais cinco, um dos quais do médico Orozimbo Oliveira Neto, um dos metidos na briga, ocorrida no último dia 24. O outro da confusão, o médico Sinomar Ricardo, já prestou declarações.

De acordo com o delegado, a briga dos médicos fora confirmada pelas testemunhas, conforme versão da mãe da criança morta, Gislaine de Matos Rodrigues Santana, de 32 anos. A família da mulher disse que Orozimbo era o médico que cuidava da paciente durante o período pré-natural. Ocorre que o médico Sinomar quis cuidar do parto, combinado para ser normal, daí a discussão, depois a briga dos clínicos. A criança nasceu de cesariana.

A faculdade paulista vai examinar a placenta da mulher, órgão que protege o bebê durante a gestação. A família de Gislaine suspeita que a criança morrera porque a briga dos médicos retardou o parto em ao menos uma hora e meia. Tanto que os dois médicos envolvidos na briga foram substituídos por outro clínico quem nem no hospital estava. “Ela [criança] não respirou ao nascer, isto é já estava morta”, disse o delegado.

Lupérsio Degerone disse ainda que deva concluir o inquérito até o fim deste mês. Se provado culpa dos médicos, disse ele, pode indiciá-los por crime de aborto por dolo eventual.

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