O jornalista Mário Agostinho Coelho Pinto, 40, representante em Campo Grande do jornal semanário Impacto CG, registrou queixa na polícia pelo de 5 mil jornais que deveriam ser distribuídos neste domingo. Por força de medida judicial, esse jornal não pode publicar matérias “ofensivas” ao governador André Puccinelli, do PMDB, candidato à reeleição.

Coelho Pinto registrou o caso hoje na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) como “preservação de ”.

Ele disse que os jornais são impressos em uma gráfica de Londrina, no e eram trazidos para cá num ônibus da empresa transportadora Cruzeiro do Sul. A encomenda deveria ser entregue entre as 7h e 11h deste sábado, como combinado antes.

Como os jornais não foram entregues, o jornalista disse ter ligado para a empresa que o informou que o ônibus tinha sido barrado na aduana de Porto XV, na divisa de Mato Grosso do Sul com o Paraná.

Pinto Coelho disse ter ligado para o local mencionado, mas lá ficou sabendo que carga alguma do ônibus da Cruzeiro do Sul havia sido confiscada.

O jornalista disse ter ficado receoso com o sumiço dos jornais devido a uma “pendência judicial acerca de sua última circulação” que, segundo ele, “foi sanada na presente edição”.

No domingo passado a polícia confiscou 5 mil exemplares do jornal Impacto, que eram distribuídos na Avenida Afonso Pensa, esquina com a 14 de Julho, tradicional ponto de entrega dos semanários.

Naquela edição, a manchete do Impacto reproduzia reportagens já publicadas pela imprensa estadual que tratava do vídeo exibido no horário eleitoral em que Puccinelli comentava com aliados a distribuição de casas populares.

”Vejo isso [sumiço dos jornais] uma marcação implacável, o que não é legal”, reclamou o jornalista, que ainda não calculou o prejuízo.

O jornal Impacto não pode “ofender” o governador Puccinelli por força de uma medida antecipatória concedida pelo juiz substituto da 9ª Vara Cível de Campo Grande, Aldo Ferreira Silva Júnior.