O dólar retomou a tendência de queda frente ao real nesta quinta-feira, seguindo a orientação do exterior, mesmo com as incertezas sobre uma intervenção mais agressiva do governo. A moeda americana fechou em baixa de 0,64%, a R$ 1,716.

Na véspera, o dólar interrompeu uma série de dez baixas consecutivas para subir 1,11%, em meio a rumores sobre um possível leilão de swap cambial reverso e a comentários do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o uso de mais instrumentos para frear a valorização do real.

A queda nesta sessão ocorreu em sintonia com os mercados internacionais, em que o dólar voltou a perder valor em relação às principais moedas.

Na quarta-feira, o Japão vendeu cerca de 2 trilhões de ienes para barrar a queda do dólar frente a sua moeda, o que levou volatilidade ao mercado global. “O mercado não tem motivo para subir. Nós temos uma taxa de juro alta e o dinheiro no mundo está sobrando”, disse Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio e especialista em hedge da corretora Interbolsa do Brasil.

Ele citou, entre as operações que atraem capitais ao País, a emissão pretendida de US$ 1 bilhão em bônus com vencimento em 2021 pelo Itaú Unibanco. Outras captações têm ocorrido nas últimas semanas e há ainda a oferta de ações da Petrobras.

Segundo dados do Banco Central, entraram no país neste mês US$ 2,114 bilhões até o dia 10. Na BM&FBovespa, a oferta de moeda estrangeira por parte de investidores externos já alcança US$ 12,5 bilhões em contratos futuros e de cupom cambial (DDI), segundo dados de quarta-feira.