O dólar deslizou abaixo de R$ 1,70 nesta quinta-feira, terminando setembro em um patamar inédito desde o agravamento da crise global, há dois anos, quando o banco americano Lehman Brothers entrou em colapso. A moeda americana caiu 0,76%, para R$ 1,692. É o menor fechamento desde o começo de setembro de 2008.
No mês, o dólar acumulou baixa de 3,7%. No terceiro trimestre, a desvalorização foi de 6,2%.
A alta do real acompanha o movimento recente de outras moedas no exterior, diante da expectativa de que o Federal Reserve (FED, banco central americano) anuncie novas medidas de estímulo à economia dos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, o mercado foi influenciado também pela definição da última Ptax (taxa média de câmbio) do mês, usada como referência para a liquidação de futuros e derivativos.
Na BM&FBovespa, os investidores estrangeiros exibiam quase US$ 16 bilhões em posições vendidas em dólar futuro e cupom cambial (DDI), ou cerca de 320 mil contratos. Essas posições se favorecem com a queda do dólar.
A política de intervenção do governo permaneceu inalterada, com dois leilões de compra de dólares por parte do Banco Central durante os negócios, apesar da expectativa por medidas adicionais caso a moeda americana caísse abaixo de R$ 1,70.