O diretor de Operações dos Correios, Eduardo Artur Rodrigues Silva, deverá ser investigado pela Comissão de Ética Pública da Presidência no processo que apura suposto tráfico de influência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, da Casa Civil.

O coronel Eduardo Rodrigues, que se apresentava oficialmente como representante da empresa aérea Master Top Linhas Aéreas (MTA), foi nomeado para a diretoria de Operações dos Correios. Poucos dias antes de assumir o cargo, a MTA havia vencido uma licitação no valor de R$ 44,9 milhões para entrega de encomendas da estatal. Com coronel como diretor de Operações dos Correios, desde o dia 2 de agosto, a família dele passou a ser contratada e, ao mesmo tempo, contratante da estatal já que ele deixou uma filha nas operações da empresa aérea.

De acordo com as denúncias, a MTA teria conseguido firmar contrato com a ECT, com a interferência de Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice Guerra.

Ontem, em entrevista, após reunião do Planalto em que decidiu aplicar censura ética à ex-ministra Erenice e abrir procedimento de investigação das denuncias de tráfico de influência, o relator do caso na Comissão de Ética, Fábio Coutinho, disse que, se houver abertura do processo e constatada a irregularidade, Eduardo Rodrigues poderá ser processado por infração ao Código de Conduta de Altas Autoridades. Neste caso, como Rodrigues ocupa cargo no governo – diretor dos Correios -, poderá receber como punição uma advertência ou até a recomendação de demissão.

O relator da Comissão de Ética avisou que o diretor dos Correios ainda poderá “ser chamado para se pronunciar no processo de apuração ética cuja instalação foi deliberada hoje”. Ou seja, ele poderá ser chamado para dar explicações no processo aberto contra Erenice Guerra, e poderá ter um processo aberto para checar a sua conduta