Em dia de sessão ordinária, que, em tese, seria para os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul discutirem projetos e trabalharem, os parlamentares decidiram descumprir o regimento. A sessão tornou-se solene, ou seja, para homenagens. Vale lembrar que cada um dos 24 parlamentares recebem no mínimo R$ 12 mil de salário.

Este ano, o 8 de março, data comemorativa do  Dia Internacional da Mulher caiu numa segunda-feira, coincidentemente dia de folga dos parlamentares, pois não há sessões às segundas e sexta-feiras. Mesmo assim, ao invés de aproveitar o dia disponível e homenagear as mulheres na data própria, a Assembleia Legislativa trasnformou a sessão ordinária de hoje em sonele, o que na prática significa o não funcionamento da Casa de Leis.

A deputada estadual Celina Jallad (PMDB) foi homenageada porque deverá deixar a Casa para assumir um posto de conselheira do Tribunal de Contas do Estado – um dos cargos mais altos do poder público. Ela enfrenta o câncer de mama, falou sobre a doença e elogiou o pai, o ex-governador Wilson Barbosa Martins. Vinte e seis mulheres foram lembradas.

Esquecimento

Assuntos relacionados à luta das mulheres como a violência, falta de vagas em creches, falhas na saúde não foram discutidos desta vez e nem houve a participação de representantes dos municípios e bairros da Capital.

Já temas como o reajuste salarial dos servidores estaduais, Lei da Pesca e a proposta do Governo para o Zoneamento Econômico Ecológico deveriam ser discutidos, mas acabaram parados.

Não foram à sessão os deputados Ary Rigo (PDT) e Paulo Duarte (PT).

“Apresentei um projeto proibindo que dia de sessão ordinária seja transformada em sessão solene. O regimento foi desrespeitado. A Mesa Diretora da Casa informou que foi o último deslize”, disse Duarte.

Segundo ele, o ‘mais absurdo’ foi o fato de que o Dia da Mulher ter sido ontem, e a Assembleia não ter feito a homenagem na data correta.