A Polícia Federal transferiu na manhã deste sábado para o presídio da Papuda, em Brasília, o ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM). A prisão dele foi determinada juntamente com a do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), e de mais quatro pessoas envolvidas no suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do esquema de corrupção.
O deputado foi o último a ser transferido para o presídio. Antes de deixar a Superintendência da Polícia Federal, onde passou a noite, o deputado recebeu a visita de José Carlos Carvalho, que se identificou como amigo. Carvalho disse que o deputado teve uma crise hipertensiva. “Está preocupado, abatido, mas vai aguardar a decisão da justiça”, disse.
Na papuda estão presos o ex-secretário de Comunicação Weligton Moraes, o sobrinho do governador afastado, Rodrigo Arantes, e o diretor da CEB (Companhia Energética de Brasília), Haroaldo Brasil de Carvalho, além de Antonio Bento da Silva, conselheiro do Metrô que foi preso em flagrante durante a tentativa de suborno do jornalista.
O governador –que teve o pedido de liberdade negado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello– continua preso em uma sala do INC (Instituto de Criminalística) dentro do complexo da Superintendência da PF. Na sala, Arruda tem direito a uma cama, televisão, um banheiro privado, ar condicionado. O governador está sendo monitorado por um agente. No início da noite, Arruda recebeu a visita do advogado Nélio Machado.
O STJ decidiu ainda pelo afastamento de Arruda do governo do DF. O ministro Fernando Gonçalves aceitou pedido da subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, e a Corte do tribunal foi convocada para analisar a decisão de Gonçalves, relator do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção no GDF (Governo do Distrito Federal).
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o governador e mais cinco pessoas por formação de quadrilha e corrupção de testemunha.
Suborno
Segundo Sombra, o dinheiro seria a primeira parcela de um suborno de R$ 1 milhão em troca de um pacote de serviços que incluía uma declaração afirmando que os vídeos que mostram políticos de Brasília recebendo dinheiro de suposta propina foram manipulados por Durval Barbosa, delator do esquema.
Em depoimento à Polícia Federal, Sombra disse que, além de Silva, Naves e Weligton foram interlocutores do governador na tentativa de suborno.
O jornalista ainda entregou aos policiais um bilhete que teria sido escrito por Arruda como prova de que estaria envolvido na negociação de suborno.