“Temos indícios suficientes de que Lívia foi sequestrada para fins libidinosos”. Com essa afirmação, a delegada Priscila Anuda Quarti Vieria, titular da Delegacia de Atendimento à Infância; Juventude e Idoso (DAIJI), anunciou as primeiras conclusões das investigações sobre o desaparecimento de Lívia Gonçalves Alves, 7 anos, ocorrido na tarde de 13 de junho, no bairro Cristo Redentor, parte alta da cidade. “Temos muita esperança que a Lívia esteja viva”, disse.

Com base nessa constatação, a Polícia Civil inicia agora uma nova fase da investigação, que é efetivamente localizar o paradeiro da garota, esteja ela em território brasileiro ou em outro país, como na Bolívia, por exemplo.  Caso a menina seja encontrada na Bolívia, Priscila Vieira adiantou que será promovida atuação diplomática para efetivo retorno da garota aos familiares em Corumbá.
“Nosso interesse principal é localizar a criança, onde quer que esteja, da forma que estiver, nós queremos é localizá-la”, declarou a delegada na manhã desta sexta-feira, 16 de julho. “Os autores do fato vão ser punidos”, complementou a titular da DAIJI em entrevista.

Para chegar à conclusão do sequestro, a delegada informou ter encontrado algumas dificuldades, como a demora da família em buscar a Polícia e a localização de Corumbá numa região de fronteira. “O fato só veio a ser noticiado aqui na Delegacia na segunda-feira [14 de junho] por volta do meio-dia, vinte e quatro horas depois. Essas 24 horas podem ser fundamentais. Outra situação  é que Corumbá é região de fronteira, e a fronteira tem fácil trânsito e acesso. Seria importante um posto do Conselho Tutelar na fronteira, porque todos os adultos, saindo ou entrando com crianças, teriam de apresentar autorização para isso”, argumentou. Também dificultou o trabalho o grande número de depoimentos de crianças, o que requer um cuidado no tratamento.

Quase 500 páginas

A delegada esclareceu que ao longo de mais de trinta dias de investigação, foram ouvidas 87 testemunhas que resultaram – até agora – em inquérito de dois volumes e quase 500 páginas. O trabalho investigativo levou à Polícia a reconstituir as circunstâncias do dia do desaparecimento da garota e ver o caso ter desdobramentos.

“Nossa investigação caminha daqui pra frente. A esse sequestro estão atreladas outras práticas criminosas”, antecipou a responsável pela condução das investigações sem dar maiores detalhes.  Duas pessoas permanecem presas no 1º Distrito de Polícia Civil por suspeita de envolvimentos no desaparecimento da menina. Uma rede de pedofilia foi descoberta a partir da investigação do desaparecimento da criança. Um pedófilo está preso e cinco inquéritos foram abertos. Essa rede continuará sendo investigada.

Ainda há testemunhas que não compareceram para prestar depoimento e, essas pessoas, de acordo com Priscila Vieira, podem ajudar a esclarecer o crime e levar ao paradeiro da menina. Diante desse quadro, a titular da Delegacia de Atendimento à Infância disponibilizou números telefônicos – inclusive o celular dela – para que qualquer informação possa ser passada diretamente aos policiais. “É só nos ligar, pode ser a cobrar, o anonimato será garantido, e falar que a Polícia vai até o local confirmar a veracidade”.

Lívia Gonçalves Alves saiu no dia 13 de junho, por volta das 13h30, para ir até a casa da tia, que fica na rua 15 de Novembro, no bairro Cristo Redentor, em frente ao CAIJ. Desde então, a família não teve mais notícias da garota. No dia em que desapareceu, usava um macacão com flores laranjadas, ela é morena, magrinha e tem cabelos curtos.

Estão à disposição da população para denúncias os telefones: 3907-5127 (DAIJI); 3907-5124 (DAIJI); 3907-5120 (1º DP); 9629-9374 (delegada Priscila); 9227-1341 e 9952-2776.