As mais de duas mil famílias que ocupam um terreno de aproximadamente 40 hectares nas proximidades dos bairros Tarsila do Amaral e Iguatemi fazem manifesto contra a reintegração de posse da área para o verdadeiro dono. Com frases de efeito, cartazes e bandeiras brancas improvisadas com retalhos de pano, as famílias afirmam que “só querem uma moradia digna”.

A justiça deu 48h, a contar da tarde da última terça-feira, para que as famílias deixem o local. O prazo termina nesta quinta-feira, porém duas viaturas da tropa de choque da Polícia Militar, Cigcoe, estiveram na área, mas foram embora logo em seguida. Uma informação exta-oficial repassada por um dos militares é que a desocupação deve ocorrer nesta sexta-feira de manhã.

O terreno tem nítica separação na delimitação do espaço do físico. Ao lado do residencial popular Tarsila do Amaral estão os sem-teto, que inciaram o acampamento depois que foram despejados do residencial Iguatemi. No lado opostro estão pessoas que não possuem casa, mas que possuem condições mínimas para pagar aluguel.

Uma das acampadas que espera por uma casa popular é a dona de casa Alexsandra de Lima Coelho, 27 anos. Ela tem cinco filhos e confirma que realmente no terreno existem pessoas com menos urgência por uma casa, mas ela não se encaixa neste grupo e até condena os oportunistas.

Portando cartazes pedindo umsa casa popular da Agehab (Agência Estadual de Habitação) ou da Emha (Empresa Municipal de Habitação, os sem-teto também gritam frases de efeito como “Só queremos nossa casinha. Um pedaço de terra”. Nos cartazes, as principais cobraças são remetidas diretamente ao governador: “Governador, na hora de votar fomos fiéis. Agora vai nos despejar denovo?”.