A superintendência regional da CEF (Caixa Econômica Federal), por meio de sua assessoria de imprensa, negou que os financiamentos dos imóveis geridos pela instituição tenham vínculo obrigatório com o Sindimóveis-MS (Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul). Há, sim, um acordo entre o banco e a entidade em negócios que envolvam imóveis adjudicados, isto é, aqueles que pertencem a Caixa e que estejam ocupados quando leiloados, informou a assessoria.

A reação da CEF tem a ver com a ação judicial movida na semana passada pelo MPF (Ministério Público Federal), que contraria a parceria do sindicato e o banco nas operações de compra de imóveis por meio da linha de crédito.

De acordo com a ação produzida pelo procurador da República Emerson Siqueira, narrada em texto publicado pela assessoria de imprensa do MPF, na oferta de imóveis da CEF por meio de concorrência pública ou na venda direta – quando o interessado é quem procura o banco – o negócio não pode ser realizado sem a intermediação de um profissional indicado pelo Sindimóveis.

E a taxa dos 5% sobre o valor do imóvel, afirma a ação, consta dos contratos assinados pelos consumidores, a título de intermediação do negócio ou assessoria jurídica para desocupação do imóvel.

Sem corretagem

Já a assessoria da CEF garantiu que a instituição não exige a intermediação do corretor em financiamentos de imóveis erguidos com recursos públicos, como os do projeto “Minha Casa, Minha Vida” (federal), da Emha e Ageab (estaduais).

A assessoria informou ainda que dos R$ 660 milhões investidos pela CEF em financiamentos de imóveis aqui em Mato Grosso do Sul no ano passado, algo em torno de 1% dessa soma contou com a participação de corretores ligados ao Sindimóveis.

Dois negócios atuais foram dados como exemplos pela assessoria da CEF e que contam com a intermediação de corretores indicados pelo Sindimóveis. Um deles é o prédio da CEF, que abrigava a agência central da instituição, na rua 13 de Maio, no centro de Campo Grande. Esse imóvel custa R$ 2,3 milhões vai a leilão com a ajuda da corretagem.

Ao comprar, o arrematador, no caso, tem de fazer um depósito no valor de R$ 116,750,00, quantia equivalente a 5% do imóvel. E, ao fechar o negócio, o comprador terá o dinheiro de volta caso ele diga a Caixa que não contou com a ajuda do corretor. Ao menos essa é a versão divulgada pela assessoria de imprensa da instituição.

Um outro negócio em curso, anunciado hoje pela CEF, trata da venda de uma casa em Campo Grande no valor R$ 200 mil. Nesse caso, o comprador terá de depositar R$ 10 mil antes de adquirir o imóvel por meio de leilão. Será ressarcido se assegurar que agiu sozinho na operação.

De acordo com a assessoria da CEF, o futuro mutuário busca ajuda do corretor recomendado pelo Sindimóveis porque ele conta também com a assessoria jurídica do sindicato. A ação movida pela MPF será definida pela 2ª Vara Federal, em Campo Grande.