A saúde do homem é o foco do seminário que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realiza hoje (9) e amanhã (10), na Capital. Além de tratar do assunto com técnicos municipais, o encontro apresenta a importância da criação de ações práticas para a prevenção da saúde do homem, visto que a expectativa de vida entre pessoas do sexo masculino chega a ser cerca de sete anos inferior à estimada para as mulheres.

De acordo com o responsável pela área técnica em Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Vitor Gomes Pinto, este é o momento certo para realizar estas ações preventivas porque no Brasil políticas públicas para a promoção à saúde do homem ficaram em segundo plano, devido, principalmente, às intensas práticas focadas para a saúde das mulheres e crianças.

“Um fenômeno interessante que aconteceu no Brasil é que o homem foi praticamente esquecido na área da saúde. E isso não pode acontecer, principalmente porque ainda é grande o número de óbitos que ocorrem entre eles, não só com problemas de saúde, mas também com a violência e nos acidentes”, salienta Vitor.

Segundo o representante do Ministério da Saúde, no trânsito os homens são maioria entre os casos de mortes. Este índice aumenta ainda mais com acidentes envolvendo motocicletas. “Já na violência, o homem é o principal agente causador e vítima”, lembra. Vitor afirma ainda que atualmente a diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres é de 7,6 anos. “As mulheres vivem mais. Embora se possa admitir que organicamente elas são mais fortes, a principal causa desta grande diferença na expectativa de vida é a falta de cuidado com a própria saúde; é esta ausência da prevenção”, observa.

Conforme o doutor em Saúde Pública, as unidades de saúde também devem se preparar para receber o homem. “É possível observar que o ambiente das unidades de saúde é um local feminino, e isso acaba distanciando o homem. Esta preparação do ambiente também é um reflexo de que as mulheres e as crianças sempre foram a prioridade para a saúde pública. Por isso é interessante observar estes pontos que vão além da promoção à prevenção, é preciso fazer adaptações”, diz.

“A saúde sozinha não consegue avançar tanto, esta é uma ação que deve ser coletiva, abrangendo agentes da saúde, comunidade e família”, lembra o representante do Ministério.