Canadenses questionam procedimento após naufrágio

A Marinha afirmou ter acionado uma aeronave de busca cerca de 19 horas após receber um sinal de socorro do SV Concordia, o que os militares dizem estar em consonância com o procedimento padrão. Todos os 48 alunos e 16 tripulantes foram resgatados com segurança na sexta-feira, cerca de 40 horas após a embarcação emborcar […]

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A Marinha afirmou ter acionado uma aeronave de busca cerca de 19 horas após receber um sinal de socorro do SV Concordia, o que os militares dizem estar em consonância com o procedimento padrão. Todos os 48 alunos e 16 tripulantes foram resgatados com segurança na sexta-feira, cerca de 40 horas após a embarcação emborcar e naufragar.

Os estudantes canadenses deveriam começar a voar para casa ainda neste domingo, assim que documentos de emergência e passagens aéreas fossem providenciados.

Nigel McCarthy, presidente da West Island College International, responsável pelo programa de estudos no veleiro, expressou preocupação em relação ao fato de os alunos ficarem tanto tempo à deriva antes de serem resgatados.

“Estamos certamente tentando entender melhor o porquê desse tempo parecer tão longo”, disse McCarthy. “Nós realmente não sabemos. Estas são as mesmas pessoas, é claro, que estamos agradecendo por trazer nossos filhos para casa. Por isso temos de ficar atentos.”

A porta-voz da Marinha, Maria Padilha, disse que a autoridade naval recebeu um sinal de socorro por volta das 22h de quarta-feira (17) e imediatamente tentou fazer contato por rádio com a embarcação. Militares também se comunicaram com navios e aeronaves próximas, para ver se eles poderiam avistar algo de errado na área.

Padilha disse que o objetivo foi avaliar que tipo de emergência poderia ter ocorrido, já que que poderia ter sido qualquer coisa: de um problema menor no motor até uma doença grave ou um navio afundando.

O comandante do veleiro, William Curry, disse que o navio naufragou na quarta à tarde. Não ficou claro por que Marinha recebeu o sinal de socorro somente horas mais tarde. McCarthy disse neste sábado que o serviço marítimo de Barbados vai conduzir uma investigação.

Quando seus esforços para se comunicar com o SV Concordia falharam, as autoridades brasileiras entraram em contato com a escola no Canadá, por volta das 10h de quinta-feira. A escola também não conseguiu contatar a tripulação do veleiro por rádio ou e-mail, e solicitou à Marinha uma busca aérea na região do sinal de socorro.

Um avião partiu por volta das 17h, e cerca de três horas mais tarde avistou os alunos e tripulantes em botes salva-vidas a cerca de 300 milhas (cerca de 550 km) da costa.

O tenente da Marinha canadense Edward Stansfield disse que a política do Centro de Coordenação Conjunta de Resgate em Halifax é enviar aviões imediatamente após receber um sinal de socorro de qualquer embarcação estrangeira.

Se o centro tivesse recebido um sinal de socorro de um navio brasileiro “em nossas águas, é exatamente o que teria acontecido”, disse Stansfield. Curry disse que o veleiro aparentemente sofreu um fenômeno meteorológico conhecido como “microburst” –uma mudança repentina e violenta do vento– que instantaneamente afetou a embarcação.

Os funcionários da escola informara que entre os ocupantes havia 42 canadenses, enquanto os outros são dos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, México, Europa e das Índias Ocidentais. Kate Knight, diretora da West Island College, disse que até a terça-feira (23) todos os alunos estarão a caminho de casa.

McCarthy disse que os sobreviventes passaram a maior parte do sábado comprando itens que afundaram com o navio, além de participarem de encontros com conselheiros de trauma e médicos.

“Tudo o que resta neste momento é trazer os alunos para os braços de seus pais o mais rapidamente possível”, disse.

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