Bovespa fecha com perdas de 0,43% em dia instável

O movimento de vendas na Bolsa de Valores ganhou volume principalmente nas últimas horas do pregão desta quarta-feira, numa rodada em que o mercado teve dificuldades em firmar uma tendência na maior parte do tempo. O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, cedeu 0,43% no fechamento, indo para os 70.792 pontos. O giro […]

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O movimento de vendas na Bolsa de Valores ganhou volume principalmente nas últimas horas do pregão desta quarta-feira, numa rodada em que o mercado teve dificuldades em firmar uma tendência na maior parte do tempo.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, cedeu 0,43% no fechamento, indo para os 70.792 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,39 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com perdas de 0,66%.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,778, em alta de 1,31%. A taxa de risco-país marca 182 pontos, número 5,8% acima da pontuação anterior.

Para Waldney Trindade, analista da Uniletra Corretora, prevaleceu um movimento de venda pontual dos investidores, quando perceberam que o mercado ficou “indeciso”. “É natural que num mercado em não tem nem muita gente comprando nem muita gente vendendo, uma parcela dos investidores resolva sair da Bolsa”, nota o profissional. “O problema é que o mercado conseguiu superar aquele patamar importante dos 71 mil pontos, mas não mostrou força para subir mais, e ir para o próximo patamar. Aí, o investidor fica preocupado e prefere vender uma parte da carteira, até como forma de proteção”, acrescenta.

Os mercados já iniciaram os negócios do dia sob impacto de notícias desfavoráveis da Europa, hoje um dos focos de preocupação dos investidores. A revisão do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro mostrou que os países dessa região tiveram crescimento nulo no último trimestre do ano passado.

E no início da tarde, presidente do Banco Central americano, Ben Bernanke, alertou que a economia dos EUA continua problemática e sugeriu que o Federal Reserve não está com pressa para começar a elevar as taxas de juros, hoje em nível historicamente baixo (0,25% ao ano).

Poucas horas depois, o mercado teve um demonstração do nível de dificuldades quando o próprio Fed revelou que uma forte contração (5,6%) no montante de crédito concedido para o consumo, justamente uma das principais “alavancas” da economia americana.

“O mercado esperava um deficit em torno de US$ 7 bilhões e veio mais de US$ 11 bilhões. Hoje o dia foi um pouco fraco de notícias, e quando saiu essa informação, acho que muito investidor desanimou”, comenta Glauber Romano, da mesa de operações da corretora de câmbio Intercam.

O noticiário doméstico foi um pouco mais positivo e reforçou o que muitos economistas já notaram: a produção industrial brasileira aumentou em sete das 14 regiões pesquisadas em fevereiro. Na média nacional, a indústria apresentou avanço de 1,5% na mesma base de comparação.

Se demonstra a retomada do setor industrial, o dado também deu força para a parcela dos analistas que espere um “choque” nos juros na reunião do Copom deste mês. Não por acaso, os juros futuros subiram na BM&F.

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