Banco Central prevê inflação acima de 5% para 2010
O Banco Central informou nesta quarta-feira (31), por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, que as suas expectativas de inflação se deterioraram nos últimos três meses e ultrapassaram a barreira dos 5% para este ano. A projeção coloca a inflação acima do centro da meta do governo, de 4,5%, porém ainda […]
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O Banco Central informou nesta quarta-feira (31), por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, que as suas expectativas de inflação se deterioraram nos últimos três meses e ultrapassaram a barreira dos 5% para este ano.
A projeção coloca a inflação acima do centro da meta do governo, de 4,5%, porém ainda dentro da margem de tolerância (entre 2,50% e 6,50%).
A autoridade monetária utiliza dois cenários para projetar a inflação: o de referência (no qual a taxa de juros é mantida estável em 8,75% ao ano no horizonte de projeção e o câmbio permanece em R$ 1,80 por dólar) e o de mercado – que considera as estimativas dos economistas do mercado para a trajetória de juros e câmbio nos próximos meses.
No chamado “cenário de mercado”, que utiliza as projeções dos economistas das instituições financeiras e que, portanto, é considerado mais factível, a projeção do BC para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 4,5%, em dezembro, para 5,2% no documento divulgado nesta quarta-feira (31). Para 2011, a projeção avançou de 4,3% para 4,4%.
No chamado “cenário de referência”, a projeção do Banco Central para o IPCA subiu de 4,6% para 5,2% em 2010, e avançou de 4,6% para 4,9% em 2011.
Este cenário não considera a expectativa dos economistas do mercado financeiro de subida dos juros por parte do BC. O mercado acredita que os juros subirão para 11,25% ao ano até o fim de 2010.
Metas de inflação
No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem de calibrar a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada com base no IPCA. Quando sobe os juros, julga que a expectativa de inflação está incompatível com a trajetória das metas.
Para 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,50%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. Deste modo, a previsão do BC, para 2010 está acima da meta central tanto no cenário de mercado quanto no de referência.
Manutenção dos juros em março
Apesar da subida das projeções de inflação, a autoridade monetária optou por não elevar os juros, e, assim, mantê-los estáveis em 8,75% ao ano na reunião do Copom deste mês.
Na ata do Copom, divulgada uma semana após a reunião do Copom, o BC informou que já houve consenso entre os membros da diretoria da instituição sobre a necessidade de ajustar (para cima) a taxa básica de juros da economia.
Entretanto, acrescentou que a maioria dos membros do Copom, devido ao fato de que já está em curso o processo de “retirada dos estímulos” introduzidos durante a crise, entendeu ser mais “prudente” aguardar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião do Comitê, em abril, para então dar início ao ajuste da taxa básica.
Analistas do mercado financeiro acreditam que a subida dos juros terá início no mês de abril, quando a taxa deverá avançar de 8,75% para 9,25% ao ano. Até o fim de 2010, o mercado prevê que os juros avancem para até 11,25% ao ano.
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