Os mais de 27,5 milhões de aposentados e pensionistas do INSS estão na expectativa para as rodadas de negociações que começam nos próximos dias com o Governo Federal para definir o índice de reajuste para o próximo ano. A cada quatro anos representantes dos dois lados se reúnem para esta tomada de decisão, onde os que ganham um salário passam a receber o incremento a partir de janeiro e acima disto a partir de fevereiro.

O Governo já tem a previsão orçamentária para 2011 e dentro dela o Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionista e Idosos da Força Sindical já conseguiu aumento real. Cumprindo o calendário de a cada quatro anos discutir o reajuste, uma das grandes preocupações é porque 2010 teve um Produto Interno Bruto (PIB) praticamente zero por conta da crise financeira de 2008.

O presidente da entidade João Batista Inocentini esteve em Campo Grande na sexta-feira (13). Ele relatou as negociações com o Governo Federal e as perspectivas para o aumento nos benefícios para Janeiro de 2011. Fez um balanço sobre a peregrinação no Congresso Nacional para a aprovação do 7,72% para aposentados e pensionistas que ganham a cima de um salário mínimo. Mesmo o Congresso aprovando o fim do fator previdenciário o Governo vetou, mas abriu possibilidades de novas negociações sobre a questão.

Em 2020 os aposentados e pensionistas, somando os do INSS e municipal, federal e estadual; vão representar 1/3 da população. Isto porque os casais estão tendo menos filhos e aumentou a expectativa de vida do brasileiro. “A previdência do jeito que está é viável, mas é preciso que se pare de desviar o dinheiro para outros fins. Também tem que acabar com a corrupção”, denuncia João Batista Inocentine.

João Inocentine também critica o modelo de aposentadoria para o trabalhador rural. Para o sindicalista, o ideal é que o Governo crie uma modalidade exclusiva para eles. “Não somos contra estes trabalhadores aposentarem. É justo, pois começam a trabalhar desde pequenos, sem férias e outros direitos.Queremos que o Governo abra a mala preta e mostre o dinheiro da previdência para a sociedade.”

“Deram incentivo para exportadores de soja e com isto eles deixaram de contribuir com mais de R$ 5 milhões. Se querem fazer isto, que tirem dinheiro de outro lugar”, finaliza.