O Soneto 19 fala do amor eterno do poeta à amada, que já morreu
O governador André Puccinelli (PMDB) recorreu à poesia de Luiz Vaz de Camões para responder à indagação se temia enfrentar nas eleições deste ano o ex-governador Zeca do PT com apoio explícito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso pode acontecer caso André declare apoio ao candidato tucano à Presidência da República, que provavelmente será o governador de São Paulo José Serra.
A poesia de Camões que André recitou, o Soneto 19, foi feita em homenagem à esposa do poeta, Dinamene, após sua morte. É uma das mais poesias de amor da língua portuguesa, fala do amor platônico, não realizado. Um amor que resistiu à morte, condenando o amante a viver triste eternamente.
Leia abaixo a poesia na íntegra:
SONETO 19 [Camões]
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor, que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Melhor projeto
Conforme a assessoria de imprensa, a última declaração do governador só repete o que ele já disse em outras ocasiões, ou seja, que escolherá o candidato a presidente que oferecer o melhor projeto para Mato Grosso do Sul.
Na mesma entrevista, André também demonstrou que não está disposto nem sequer a pensar na possibilidade de Dilma ter dois palanques no Estado, o dele e o de Zeca do PT. Ele também descartou ter recebido como ameaça a declaração de Lula segundo a qual o presidente pode voltar ao Mato Grosso do Sul para fazer campanha para Zeca se ele apoiar José Serra.
Matéria ampliada às 12 horas
