Romem Barleta alerta para o crime ambiental; árvores ameaçadas de extinção foram exterminadas na cidade que possui resquício de Mata Atlântica; fotos mostram o antes e o depois
O município de Dourados que ainda mantém vivo alguns resquícios de
Mata Atlântica não consegue manter de pé árvores que deveriam ser protegidas
pelos órgãos de defesa e fiscalização ambiental.
O ambientalista Romem Barleta estava andando pela Rua 20 de
dezembro na Vila Rigotti quando percebeu que um enorme caule de Araucária
conhecido como “Pinheiro-do-paraná estava caído ao chão e com marcas de
motosserra.
Ele conta há um seis meses atrás existia no terreno cerca de dez
araucárias e uma velha casa de madeira. Agora, segundo o ambientalista,
sobraram apenas cinco árvores.
O restante foi cortado. O caule maior está na calçada enquanto que os galhos
foram cortados em pequenos pedaços e empilhados. Romem encontrou no local um
“Pinhão” que é a fruta da Araucária. Segundo ele, isso significa que a
árvore estava produzindo.
O ambientalista afirmou que vai esperar passar o feriado de Carnaval para
questionar junto a Guarda Municipal e ao IMAM (Instituto de Meio Ambiente de
Dourados) para saber se o proprietário do terreno tinha autorização para
cortar os pinheiros.
Romem afirmou que “em Dourados não existe respeito pelas árvores”. Ele cita
o caso de uma paineira existente na Rua Benjamin Constante que foi
“covardemente abatida”.
O ambientalista que praticamente todos os anos encabeça um grupo de pessoas
para fazer o plantio de árvores disse que antes de maio pretende plantar
mais de duas mil mudas nas ruas de Dourados para repor aqueles que morreram
ou foram destruídas.
Segundo Romem, os pinheiros da Rua 20 de dezembro eram de uma beleza rara e
mereciam ser preservados. Ele sugere que os vereadores aprovem uma lei
tombando para o patrimônio histórico as cinco araucárias que ainda não foram
derrubadas.
A Araucária é o símbolo atualmente está ameaçada de extinção e é o símbolo
do estado do Paraná e das cidades de Curitiba, Araucária, Campos do Jordão e
São Carlos.
As folhas do pinheiro são duras e pontiagudas e suas sementes servem de
alimentos para a Gralha, ave símbolo do Paraná. Nos tempos mais remotos o
pinhão era a base da alimentação dos índios.