Pré-candidata ao vice-governo do Estado, Simone Tebet sabe da importância que tem na política, do valor que as mulheres estão conquistando e a força do nome Tebet. “A mulher tem o dom de humanizar a política”, acredita ela.

Que as mulheres estão cada dia mais conquistando espaço no mundo é fato notório e na política a situação não é diferente. Em Mato Grosso do Sul, um dos nomes que despontou na política, foi o de Simone Nassar Tebet. A ex-prefeita de Três Lagoas e pré-candidata ao vice-governo do Estado, tem consciência que herdou um legado político, seu pai, o já falecido senador Ramez Tebet, foi um dos nomes mais importantes da política de MS e de momentos importantes do país. 

Ela que recebeu no último dia 08 o título de prefeito empreendedor do Sebrae, acredita que ser escolhida pelos eleitores é o maior prêmio “Não pelo título, mas sim pela satisfação de ter o trabalho reconhecido. Essa é a maior paga que a política pode nos dar”. 

Em visita a redação do Midiamax, Simone esbanjou simpatia e mostrou por que foi o nome mais lembrado entre as mulheres que podem mudar os rumos da política de Mato Grosso do Sul.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Midiamax: A cidade de Três Lagoas despontou como uma das cidades que mais cresceram no Estado de Mato Grosso do Sul. Quais os principais fatores que contribuíram com esse crescimento?

Simone: Tivemos um bom crescimento em todos os setores da cidade, mais que dobramos a arrecadação municipal, fizemos vários investimentos na área de saúde e educação onde os valores de recursos aplicados nesses setores foram também mais que duplicados, juntamente a área social. Segundo os dados que levantamos, conseguimos fazer em cinco anos o que era para ser feito em oito anos. Ao realizamos um balanço do mandato, pudemos perceber que os aspectos foram mais positivos e com um crescimento intenso na economia da cidade e também na população. Um problema que tínhamos era em relação a inadimplência do contribuinte com impostos básicos como o IPTU e isso foi sanado, pois o número de contribuintes adimplentes aumentou muito e isso gerou renda para investirmos no próprio município.

Midiamax: Três Lagoas também cresceu muito na industrialização. Quais foram as mudanças possíveis de observar? Houve um crescimento populacional?

Simone Tebet: A industrialização da cidade é uma marca registrada de Três Lagoas e da região do bolsão. A vinda das indústrias para a cidade gerou cinco mil empregos diretos e com isso também empregos indiretos. Tivemos o apoio dos “3S” que é o Senac, Senai e Sebrae que foram decisivos, mas as indústrias em si foram especiais para a geração de emprego e renda e modificou a economia da cidade. Os jovens recebiam para estudar e 80% dos que participaram dos treinamentos hoje estão empregados com média salarial de R$ 2.500,00. Uma média considerável. E isso claro atrai trabalhadores de outros lugares, mas o censo do IBGE agora em 2010 será crucial para sabermos os números do crescimento populacional. Acredito que já chegamos a 100 mil habitantes. E vamos crescer ainda mais, uma vez que a vinda da Petrobrás é certa e inclusive está no Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal.

Midiamax: E há aspectos negativos que podem ser expostos neste processo?

Simone Tebet: Sim, um deles é o mercado imobiliário. Com o aumento da população há um aumento de casas para moradia, e com o aumento da demanda a oferta é claro muda. Hoje é um pouco mais caro alugar uma casa na cidade e isso faz com que uma parcela mais humilde da população sofre com isso. E o aumento populacional sugere também o aumento da demanda de serviços públicos, em 2008, por exemplo, tivemos alguns problemas com a segurança pública, mas conseguimos resolver com o apoio do governo do Estado.

Midiamax: E diante de números tão positivos e um trabalho reconhecido, como a população três-lagoense recebeu a notícia de que a senhora estava deixando a prefeitura para compor a chapa da pré-candidatura do Governo do Estado ao lado do governador André Puccineli?

Simone Tebet: Eu penso sempre que é preciso oferecer a população não somente o que eles querem, mas também o que eles precisam, e eles (os eleitores) conseguiram compreender isso. O mesmo aconteceu com a minha saída da prefeitura. Por reconhecem o meu trabalho, claro que não ficaram felizes com a minha saída, mas entenderam. Lamentam mas entendem, pois sabem que nosso trabalho vai continuar.

Midiamax: E agora, como está o trabalho na vida política?

Simone Tebet: Bom, ainda estou no processo de transição, passando a prefeitura para a atual prefeita Marcia Paula, inclusive costumo dizer que estou “desempregada”, mas não desocupada. Ajudo neste processo de transição e depois é tênis nos pés e ir de casa em casa fazer campanha.

Midiamax: E o trabalho com o governador André Puccineli?

Simone Tebet: Bom, nesse início de pré-campanha o governador já  me deu duas missões, que são secretas e então vou deixar vocês na curiosidade, mas são missões administrativas. E posso dizer que me sinto honrada de ter sido chamada por ele para ser candidata a vice, não só pelo cargo, mas por ele saber que podemos somar com ele na chapa. Após junho quando já estivermos em campanha definitiva, provavelmente vou trabalhar mais a região do bolsão, mas claro que quero participar no estado todo.

Midiamax: O que te move a participar de um projeto político tão intenso como é o caso de um governo do Estado?

Simone Tebet: O que me move não é a necessidade de títulos ou do poder. Eu costumo dizer que a maior paga que nós podemos ter não é apenas ser votado, mas é receber um abraço sincero, ter o carinho da população, as pessoas te parando nas ruas para elogiar o seu trabalho e mesmo que ela seja de outra cidade, saber que o trabalho é desenvolvido. Eu fiquei vinte anos sem ir em Corumbá e quando cheguei lá, fui elogiada e muito bem acolhida.

Midimax:  Na sua opinião, qual foi o motivo da escolha do seu nome?

Simone Tebet: Eu acredito que é uma série de fatores, um dos mais importantes é o fato de eu ser mulher. Isso pesa, pois a mulher é mais sensível em relação as causas sociais por exemplo. Meu nome foi cogitado para humanizar mais a gestão do Estado. A mulher traz aquela docilidade que também é necessária em política. Temos o interesse em fazer uma polícia de concordância entre a política social e a política fiscal. Dizem que mulher não gosta muito de fazer economia, mas não. Dinheiro por exemplo é o meio que temos para fazer grandes projetos sociais. E isso nós sabemos trabalhar bem.

Midimax: E quais são os outros fatores?

Simone Tebet: Claro que o nome Tebet e o legado do meu pai também é muito importante e não tenho nenhum problema em falar disso. Aliás, tenho muito orgulho da história política e de tudo que meu pai me deixou de aprendizados. Mas  fizemos um bom trabalho em Três Lagoas e tenho bom conhecimento na região do bolsão que abrange 12 municipios e isso também é um fator. Outro fator são as pesquisas. Não adianta impor candidato, isso já foi mostrado em outras eleições.

 

Midiamax: No assunto eleições, como é possível perceber as articulações para obter o apoio dos partidos já estão à todo vapor em MS. Qual a sua visão política sobre isso?

Simone Tebet: A briga é natural, buscar apoio faz parte da política, não pela sigla, mas pelas pessoas que compõem essa sigla. Em uma eleição, as lideranças são decisivas. E também tem a questão partidária, o tempo de exposição na televisão e as proporcionais que são super importantes na majoritária. Então é bem natural que cada um busque as melhores alianças.

Midiamax: E em âmbito nacional. A senhora acredita que a eleição presidencial tem influência aqui na estadual?

Simone Tebet: Não. Acredito que a eleição presidencial corre de maneira separada, se o candidato fosse o Lula, poderia até influenciar, pois ele tem uma popularidade incrível, mas no cenário atual não influencia muito não. O eleitor se preocupa em votar no candidato, no que o candidato vai fazer para conquistar o voto, se aquele que for eleito pode fazer algo diretamente para ele.

Midiamax:  O governador André já declarou que pretende se aposentar depois dessas eleições se ele for eleito. Há planos para um possível governo do Estado em 2014?

Simone Tebet: Eu trabalho com o que eu tenho nas mãos, não com o futuro ou com base em análises. Então, acredito que agora não é hora de discutirmos isso ainda. Não sei qual será o meu futuro dentro do governo, e só vou pensar nisso após o resultado das eleições. E em 2011, em caso de vitória, ai sim você por me perguntar: “Você quer uma candidatura ao senado?”. Sim, essa vai ser minha resposta. Mas só depois de 2011.

Midiamax: Mas anteriormente a sua pré-candidatura, analistas políticos já davam como certo o seu crescimento político e eleitoral no Estado.

Simone Tebet: Sim, e por isso fui escolhida. As pesquisas são decisivas e quem vai contra a vontade popular acaba se perdendo. E não é mérito próprio. Como eu já disse, é um conjunto de fatores e espero dar uma boa resposta ao Estado. E eu, particularmente como eleitora, quero sempre que ganhe o melhor, que ganhe o candidato que for melhor para o Brasil. Meu voto mesmo não é só partidário, afinal, eu também sou eleitora e o voto é pessoal.