400 apartamentos ocupam 1% da Bacia do Prosa, rebate Secovi
O presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Marcos Augusto Neto culpou em audiência pública que acontece agora na Câmara Municipal a Prefeitura de Campo Grande pelas conseqüências de um problema, segundo ele, diretamente ligado às obras públicas: as enchentes. Ele rebate as informações dos especialistas de que o excesso de obras na margem do córrego […]
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O presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Marcos Augusto Neto culpou em audiência pública que acontece agora na Câmara Municipal a Prefeitura de Campo Grande pelas conseqüências de um problema, segundo ele, diretamente ligado às obras públicas: as enchentes.
Ele rebate as informações dos especialistas de que o excesso de obras na margem do córrego Prosa tenha provocado a erosão que engoliu no último sábado a Avenida Ricardo Brandão, perto da Avenida Ceará, local interditado desde dezembro quando foi aberta uma cratera ao lado da cachoeira que fica nos fundos das quatro torres de apartamentos luxuosos.
“Toda a Bacia do Prosa tem 26 milhões de metros quadrados, ou seja, 2,6 mil hectares. Os empreendimentos ocupam 15 hectares mais os 13 hectares do shopping. Isso significa que os empreendimentos ocupam 28 hectares, 1% da Bacia do Prosa. A culpa é do empreendimento?”.
Segundo o representante do mercado imobiliário, são no total 400 apartamentos distribuídos por toda a Bacia do Prosa. Ele rebate a afirmação de crescimento desordenado e defende os edifícios como, segundo ele, a melhor maneira para ocupar menos áreas e garantir a permeabilização do solo.
Hoje, segundo ele, os 400 apartamentos estão em uma área que corresponde a 27.631 metros quadrados. Se ao invés de apartamentos, fossem casas de 200 metros quadrados as áreas de cada uma delas, seriam necessários 80 mil metros quadrados.
Embora os especialistas apontem que são os loteamentos do Parque dos Poderes e os edifícios construídos ao redor do shopping mais o asfalto que invadiu a cidade os causadores da falta de permeabilização do solo – a água não é absorvida e se concentra nos córregos causando erosões – Augusto Neto afirma que é da Prefeitura a responsabilidade.
“Isso tudo começou desde a época que o André [ex-prefeito de Campo Grande e atual governador André Puccinelli] asfaltou toda a região da Vila Margarida, na região do Sóter”, frisa o representante do mercado imobiliário.
Segundo ele, a natureza reagiu diante das obras mal feitas com drenagens incompatíveis ao volume de água que escorre por todo o asfalto que cerca a região do Parque dos Poderes.
“Já vimos esse filme antes na Maracaju, no Segredo, no Prosa, onde é a Fernando Corrêa. O problema era a bitola [canalização estreita para o volume da água]. Tem que canalizar e aumentar a largura porque a natureza já mostrou por onde ela quer passar, ela já deu a largura que o córrego precisa nessa enchente”.
Augusto Neto salientou ainda que é preciso um debate sobre o assunto e que o Ministério Público Estadual precisa ter informações técnicas antes de barrar os empreendimentos na margem do córrego Prosa e na região perto do Parque dos Poderes.
“Temos R$ 1 bilhão de investimentos da Caixa Econômica Federal na área da construção civil previstos para toda Campo Grande este ano. Se barrarem as obras, esse dinheiro vai embora para Cuiabá e outras cidades. É preciso urgentemente resolver a parte técnica da drenagem”.
Vereadores participam da discussão junto com representantes do Ministério Público e especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Faltam estudantes e representantes das associações de bairros.
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