Dois dias depois de ter sido ameaçado por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice do candidato Ciro Gomes, e pelo deputado Roberto Jefferson, ambos da Frente Trabalhista, a página do presidenciável José Serra (PSDB) na internet trouxe ontem, em destaque, nota intitulada “O novo coronelismo não prosperará”. O comando da equipe do tucano diz na nota estar indignado com as ameaças de agressão física feitas pela “tropa de choque” de Ciro Gomes.

As ameaças foram feitas no sábado, durante visita ao túmulo do ex-presidente Getúlio Vargas, em São Borja, no Rio Grande do Sul. Paulinho disse que “Serra está pedindo para apanhar”. Depois, negou que o comentário tivesse qualquer caráter de ameaças físicas. “Após ouvir um comentário de um repórter, de que o Serra estaria batendo muito em Ciro Gomes nos programas de TV, respondi que ele está pedindo para apanhar também”, explicou o vice. “A frase pinçada, de forma maldosa e aética, serve como uma luva para um candidato desesperado frente a uma grande derrota anunciada”, declarou.

Já Roberto Jefferson disse que o candidato tucano está enlouquecendo. “Ou pára ou vamos partir para o confronto pessoal”, ameaçou e disse que o tucano “merece umas bolachas”. E foi além: “Já estão sendo programados os seus pescoções”. Os dois estavam em companhia de Ciro.

A nota diz também que “o país é testemunha da agressividade com que Ciro Gomes, há meses, dirige-se a José Serra, à imprensa, aos institutos de pesquisa” e ressalta que as matérias exibidas no horário eleitoral de Serra contra Ciro são apenas reprodução de fatos veiculados pela imprensa.

A equipe avisa que não se curvará às intimidações e que, “sempre que Ciro ou sua tropa passarem dos limites”, terão uma resposta “fartamente documentada.” Por fim, associa Ciro aos velhos coronéis do Nordeste ao alertar que “nenhum coronel, ninguém vai nos calar”.

Candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, preferiu ignorar as ameaças feitas pelo vice na sua chapa, Paulo Pereira da Silva, e do líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson, ao tucano José Serra. Segundo sua assessoria, Ciro não tem nada a ver com isso. Segundo o presidente do PPS, Roberto Freire, Serra extrapolou e agrediu Ciro. “Mas não vejo motivo para bater em ninguém”, afirmou.