Milhares de uruguaios protestaram hoje, dia da independência do país, contra a condução da política econômica do governo e por soluções para a recessão que atinge o Uruguai há mais de três anos.

Sindicalistas, empresários, estudantes e partidos de esquerda também se manifestaram contrários à possível liquidação de três bancos suspensos por uma crise de liquidez e aos pedidos de empréstimos de emergência do governo a organismos internacionais para salvar seu sistema financeiro.

O Uruguai, com 3,2 milhões de habitantes e profundamente ligado a Brasil e Argentina, atravessa sua pior crise econômica da história, agravada após o colapso argentino em dezembro do ano passado.

O país era, até pouco tempo, uma ilha de estabilidade na América do Sul, mas os efeitos das turbulências de seus vizinhos derrubaram o turismo, o comércio e o sistema financeiro. A profunda recessão tem provocado números históricos na taxa de desemprego e um crescimento alarmante nos níveis de pobreza.

O Uruguai obteve semanas atrás um empréstimo de 1,5 bilhão de dólares do governo norte-americano em antecipação a uma ajuda prometida pelo Fundo Monetário Internacional. O empréstimo visa fortalecer o sistema bancário e evitar um colapso financeiro, uma vez que os bancos sofreram saques de mais da metade de seus depósitos entre janeiro e julho.