Mesmo após três anos estando disponível no mercado, o medicamento genérico ainda é visto com ressalvas pela população brasileira. A opinião é do presidente do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF/MS), Gilberto Figueiredo. A entidade faz hoje ato público no centro de Campo Grande em comemoração ao Dia do Medicamento Genérico.
Segundo ele, o problema está no costume do uso dos remédios de referência (de marca). “Durante muito tempo convivemos somente com esse tipo de medicamento e introduzir outro está sendo difícil”, afirma Figueiredo.
Para o presidente do CRF/MS, a falha está na propaganda tímida do Ministério da Saúde quanto à confiabilidade, pois os remédios passam por rigorosos testes antes de serem colocados no mercado, e aos preços mais baixos do genérico, que podem chegar até a 50% de diferença dos de marca. O preço baixo gera desconfiança. Ele aponta ainda, como outros fatores para a não popularização do genérico, a reticência de médicos que não prescrevem na receita os dois tipos de medicamentos e o próprio paciente, que não cobra a classe médica.
Dados da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico indicam que 60% da população brasileira não têm condições financeiras de comprar medicamento e que 20% dela não conseguem terminar o tratamento devido ao custo dos remédios. Mesmo assim, o Brasil compõe o quarto mercado mundial na aquisição de medicamentos, movimentando cerca de US$ 10 milhões por ano.
Para comemorar o Dia Nacional do Medicamento Genérico, o Conselho Regional de Farmácia e estudandes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Católica Dom Bosco, Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal e Estácio de Sá estão na esquina da Rua 14 de Julho, com Avenida Afonso Pena para orientar a população sobre os medicamentos genéricos. O ato deve durar o dia todo. Atualmente, estão disponíveis nas farmácias e drogarias 140 substâncias na forma genérica.