Raphael Pereira foi anunciado como novo treinador do Operário Futebol Clube nesta terça-feira (10). Ele substitui Leocir Dall’Astra, que pediu demissão no domingo (8) após somar quatro derrotas consecutivas na Série D do Brasileirão.
Em entrevista coletiva concedida nesta manhã, o treinador admitiu que a missão é difícil, mas acredita em uma reação do Galo e uma classificação para a próxima fase. “A gente sabe a nossa dificuldade, a gente sabe o que vamos enfrentar, mas eu aceitei pela grandeza do clube e porque eu gosto de grandes desafios”, afirmou o treinador.
Ele deu ênfase ao fato de que, no ano passado, times conseguiram a classificação para a fase mata-mata com 18 pontos, e, como restam 6 rodadas, ainda é possível para o Operário. “Depende só do Operário, não depende de ninguém, depende só de nós, da nossa atitude, o que a gente quer daqui para frente”.
Acostumado com desafios
O técnico afirmou, também, estar acostumado a pegar equipes em momentos ruins e levá-las aos títulos, como fez em seus últimos trabalhos, já que chega ao Operário com o desafio de tirar o time da lanterna do Grupo A7.
“Os três últimos trabalhos que fiz, eu peguei time na lanterna, União São João, ano passado, a equipe estava na lanterna, com um ponto. Em 2019, 8º colocado e, esse ano, 14º colocado. Então assim, para mim, não é novidade. Quando as coisas não acontecem, a gente precisa colocar na rota de novo, como diz, ‘trocar o pneu com carro andando’ e é a quarta vez que eu vou passar por isso”, contou.
O vínculo de Raphael Pereira com o Operário é até o final da Série D do Campeonato Brasileiro, mas poderá ser estendido a depender do desempenho e dos resultados do clube.
Neste momento, o Galo ocupa a última posição do Grupo A7, com 5 pontos. O time está 6 pontos distante do 4º colocado, Uberlândia, na primeira posição de classificação à próxima fase. No entanto, os próximos dois compromissos pela competição são em Campo Grande: contra o Cascavel, no sábado (14), e contra o Goiatuba, no dia 28.
Trabalho mental
O treinador também falou sobre a importância de trabalhar o mental e a confiança de seus jogadores, com os quais ainda terá conversa durante a tarde desta terça. A equipe vem pecando nas finalizações e sofrendo com expulsões, que comprometem o desempenho do time.
“A concentração é fundamental, é saber da qualidade, do potencial, que o grupo é bom, tem qualidade. É passar confiança e levar essa autoestima. E criar, se você criar uma chance no jogo e você errar, fica uma pressão pra si só, então se você começar a criar uma, duas, três, daqui a pouco ela começa a entrar, você começa a guardar, e isso vai acontecer naturalmente”, explicou.
Apoio da torcida
Com 6 jogos restantes pela Série D, sendo 4 deles em Campo Grande, Raphael afirmou que conta com a presença da torcida, para reverter o histórico ruim dentro de casa, ainda sem vencer.
“É, a presença do torcedor faz a diferença, a gente tem que respeitar o momento. O torcedor, com certeza, se não lota o estádio hoje, é porque a gente que tá causando isso. E é isso que a gente vai tentar reverter”.
Estilo de jogo
Ainda que não tenha se reunido com os jogadores, Raphael afirmou que pretende trabalhar diferentes esquemas de jogo e que não se prende a uma única ideia.
“Eu não tenho essa esse tema definido. Eu prefiro ver o elenco, ver a característica do atleta e colocar uma plataforma para que eles se sintam confortáveis na hora para jogar”.
Ele ainda comenta que foi campeão jogando em uma formação em 2023, mas teve que mudar para 2024 e também para os anos seguintes.
“Não adianta eu ter um 3-5-2 com três zagueiros, ou um 4-3-3 fixo. Depende do jogo, o que eu preciso, trabalhar duas ou três plataformas para eu poder usar e saber o momento dentro da partida”.
Carreira
Raphael Pereira iniciou sua carreira em 2013, no Rio Branco Americana, onde ficou até 2024, alternando entre o time profissional e categorias de base. Em seu último ano no clube, foi campeão da quarta divisão do Campeonato Paulista e eleito melhor técnico.
Ainda no mesmo ano, foi para o União São João, no qual chegou à semifinal da Copa Paulista. Deixou a equipe em 2025, quando se transferiu à União Barbarense, e foi mais uma vez campeão da Série A4 do Paulistão, sendo eleito melhor treinador novamente.
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