Corinthians: oposição projeta afastamento de Augusto e crê em ‘virada’ entre sócios em 60 dias

Oposição já projeta e se articula para um cenário sem o atual mandatário

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Augusto Melo, presidente do Corinthians (Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Há uma semana, a sede social do Corinthians, no Parque São Jorge, ferveu com a votação do impeachment de Augusto Melo. Apesar dos cartazes espalhados pelo local denunciando um suposto “golpe”, e as ameaças de torcedores do lado de fora contra o processo, a maioria dos membros do Conselho Deliberativo optou pela aprovação da votação de destituição. A oposição, inclusive, já projeta e se articula para um cenário sem o atual mandatário.

Ainda não há data para a nova reunião do Conselho Deliberativo. Foram 126 votos contra 114 a favor da abertura da votação do impeachment. Ao Estadão, o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Jr. afirmou que quem não esteve presente na votação anterior poderá opinar sobre o avanço do impeachment, o que gerou discordância em uma parte dos conselheiros. A priori, uma reunião virtual está descartada.

Augusto Melo afirma que o processo de impeachment se trata de um “golpe” contra sua gestão. Ele se apega ao fato de o Conselho de Ética ter determinado a suspensão da votação da destituição até que o inquérito da Polícia Civil sobre a Vai de Bet seja encerrado. Por outro lado, Romeu Tuma Jr, crê não ser necessário aguardar o fim das investigações porque um dos motivos para o mandatário sofrer impeachment seria suposta gestão temerária.

Para o impeachment avançar no Conselho Deliberativo, basta a maioria simples do colegiado de 302 membros votar a favor da destituição. Neste cenário, Augusto Melo ficaria cautelarmente afastado e o primeiro vice-presidente Osmar Stabile assumiria o comando do clube. Ele teria até cinco dias para convocar a Assembleia Geral dos associados para votação em última instância, e um período de 30 a 60 dias para marcar a data da proclamação final.

Apoiadores de Augusto Melo estiveram em bom número no Parque São Jorge na última reunião. Alguns chegaram a “peitar” o ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão. As intimidações não foram suficientes para a oposição mudar de postura, e a tendência é que o impeachment seja aprovado na próxima reunião do Conselho Deliberativo.

Apesar de o presidente contar com o apoio da maioria dos associados e ter confiança de que reverte a situação na Assembleia Geral, a oposição acredita que o período em que o mandatário ficará afastado pode ser determinante para uma mudança no panorama atual. Isso porque o grupo que entrar terá acesso a todos os documentos e informações da administração, e há uma crença de que novas irregularidades de gestão possam surgir.

Existe também a expectativa de que o inquérito da Polícia Civil sobre o caso Vai de Bet seja finalizado neste meio tempo. A oposição acredita que o relatório final não será positivo para Augusto Melo. O presidente ainda não foi convocado para depor pelo Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), responsável pelas investigações.

Osmar Stábile pertence ao grupo político “União dos Vitalícios”, que não conseguiu se eleger entre as oito chapas do Conselho. Nos bastidores, o primeiro vice-presidente nunca escondeu aos seus aliados o desejo de assumir a presidência do Corinthians.

Existia a possibilidade de o grupo indicar Armando Mendonça, segundo vice-presidente e membro da Chapa 82, para concorrer ao mandato tampão, mas como dificilmente o grupo de Osmar terá força para eleger um candidato, a tendência é de que ele seja o indicado em um cenário de novas eleições.

Em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, Osmar Stábile assumiu a autoria de um vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto em defesa do golpe militar de 1964. À época, publicou uma nota afirmando ser um “patriota” e entusiasta do “contragolpe preventivo ocorrido nos anos de chumbo. A postura reacionária, divergente com o discurso histórico do clube, não seria um impeditivo para a candidatura do empresário, apesar de pessoas dentro do Parque São Jorge afirmarem que o apoio ao ex-presidente da República pega mal”.

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