Torcida organizada do Palmeiras nega envolvimento em emboscada

O documento foi divulgado pela torcida do Palmeiras nas redes sociais na manhã desta segunda

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A Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, negou por meio de uma nota oficial a participação na emboscada contra um ônibus da torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, por volta das 5h deste domingo (27). O ataque causou a morte do cruzeirense José Victor de Miranda, de 30 anos, e deixou 20 feridos. Os mineiros foram atacados pelos paulistas na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, quando voltavam de Curitiba, onde o Cruzeiro perdeu para o Athletico Paranaense por 3 a 0 pelo Campeonato Brasileiro no sábado (26). Enquanto isso, o Palmeiras enfrentou o Fortaleza, no Allianz Parque, na capital paulista, e empatou em 2 a 2.

O documento foi divulgado pela torcida do Palmeiras nas redes sociais na manhã desta segunda-feira e nega participação da organizada. “Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nosso consternamento aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência. Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos”, diz a nota.

“A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo”, completa o texto.

De acordo com vídeos que circulam nas redes sociais de torcedores do Palmeiras, a emboscada teria sido uma retaliação a um ataque feito por cruzeirenses aos alviverdes em 2022.

O corpo do torcedor cruzeirense morto, João Victor de Miranda, deve chegar a Sete Lagoas, município da região metropolitana de Belo Horizonte, nesta segunda-feira, onde será velado e sepultado. O laudo necroscópico, que apontará a real causa da morte do torcedor, ainda não foi finalizado.

Investigação

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) segue, nesta segunda-feira (28), buscando a identificação de integrantes da Mancha Alvi Verde que teriam participado do ataque ao ônibus da Máfia Azul, com torcedores do Cruzeiro. A Polícia Civil de São Paulo avalia a possibilidade de os torcedores responderem pelos crimes de homicídio, incêndio, associação criminosa e lesão corporal.

“A morte e os ataques a torcedores do Cruzeiro em SP são inadmissíveis. Estamos trabalhando com o MPSP para identificar os homicidas e puni-los. Futebol é alegria. Esses falsos torcedores são criminosos e não representam a torcida do Palmeiras, de tantas glórias”, publicou Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça de Minas e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, em sua conta oficial no X, antigo Twitter.

A entrada do Gaeco no caso ocorreu após a determinação do procurador geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa. O magistrado considerou, em nota, que “algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, justificando a intervenção do Gaeco”.

“O episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Em nome do princípio da transparência que o Ministério Público de São Paulo realça o seu firme compromisso de oferecer a resposta adequada às cenas de selvageria registradas”.

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