Petrallas rebate rejeição de dirigentes que não aprovam nomeação na FFMS: ‘Chance de credibilidade’
Interventor foi nomeado pela CBF para estar à frente da FFMS por 90 dias durante afastamento de Cezário
Osvaldo Sato, Fábio Oruê –
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Na tarde desta terça-feira (28) o interventor indicado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Estevão Petrallas, designado para presidir de forma interina a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), concedeu entrevista coletiva onde falou sobre sua indicação para o cargo.
A coletiva ocorreu na CDL (Câmara do Dirigentes Lojistas), às 16 horas. Nela, o ex-presidente do Operário Futebol Clube foi questionado sobre sua ida até a sede da CBF, no Rio de Janeiro, que inviabilizou sua participação na reunião dos clubes.
Segundo ele, teria sido ‘intimado’ pela CBF a comparecer na sede da entidade e apenas lá ficou sabendo que havia sido escolhido para ser o presidente interino. “Eu fui intimado a vir e fazer o que eu fui intimado a fazer”, diz Petrallas sobre estar à frente da pelos 90 dias estipulados pela confederação.
O interventor afirmou ainda na coletiva que não conhecia as pessoas que o receberam na CBF, mas que a escolha teria sido com base em seu currículo e que os presentes sabiam muito sobre sua vida, para sua surpresa.
Entretanto, grande parte dos presidentes do clubes de MS não receberam bem a nomeação de Petrallas e, inclusive, realizaram uma abaixo assinado enviado ao TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul) contra a novo interventor.
Estevão, no entanto, afirma não entender a rejeição e pede união no momento. “Jamais pensei que eu seria indesejado por um grupo que eu sempre ajudei. Quero uma chance de credibilidade para trabalhar pelo futebol”, desabafa.
Prisão de Cezário
A indicação do interventor se deu após a prisão, no dia 21 de maio, de Francisco Cezário de Oliveira, acusado de desvios milionários na entidade, revelados pela Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Após sua prisão, tanto os dirigentes do clubes como o TJD oficiaram à CBF a solicitação de afastamento de Cezário e a nomeação de um interventor na entidade.
Antes mesmo que a CBF pudesse fazê-lo, Cezário pediu afastamento do cargo. Já a nomeação do interventor ficou a cargo da CBF, que deveria escolher um nome dentre os vice-presidentes da FFMS. O nome de Petrallhas foi anunciado na segunda-feira (27).
Diversos clubes federados, porém, não aceitam a indicação de Petrallas na cadeira principal da FFMS, com prazo estipulado de 90 dias. Petrallas afirmou que não sabe o que aconteceu com o apoio dos dirigentes dos clubes, pois no último sábado teriam manifestado apoio à sua nomeação, mas que depois teriam mudado de opinião.
“Jamais pensei que eu seria indesejado por um grupo que eu sempre ajudei. Quero uma chance de credibilidade para trabalhar pelo futebol”, desabafa. Segundo ele, sua intenção é se reunir com os dirigentes para conversar, pois o momento que eles precisam é de união. “Quero uma chance de credibilidade”, afirma.
Assembleia dos clubes de futebol
Na reunião de segunda-feira, na qual Petrallas não esteve presente, os clubes convocaram uma assembleia geral extraordinária para o dia 7 de junho, onde deverão debater os temas da nomeação do interventor, o afastamento de Cezário e alterações no estatuto da entidade.
Entretanto, para o advogado de Petrallas, Rafael Meirelles, a escolha da CBF torna sem sentido a realização da assembleia. “Depois que tudo aconteceu, havia apenas duas opções: controle interno pelos clubes ou controle pela CBF”, explica o profissional.
“Quando a CBF publicou uma portaria e um memorando nomeando um interventor, não faz sentido realizar uma assembleia para decidir o controle da federação”, esclarece Meirelles.
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