Fernando Rufino sempre sonhou em conquistar o mundo, mas sua vida tomou um rumo inesperado após um grave acidente de trânsito. Em um atropelamento por um ônibus, ele perdeu parcialmente o movimento das pernas, o que poderia ter encerrado sua jornada esportiva. Contudo, sua determinação o levou a iniciar na canoagem, onde encontrou um novo propósito e local para realizar seus sonhos.

O atleta, nascido em Itaquiraí, cidade distante 404 quilômetros de Campo Grande, está na história do esporte brasileiro. Isso porque possui medalhas de ouro nas Paralimpíadas (2000), no parapanamericano (2018) e no mundial (2021), um feito conquistado por poucos.

Ainda assim, o atleta conhecido como ‘Cowboy de Aço‘ segue motivado por novas conquistas. Rufino está se preparando intensamente para as Paralimpíadas de Paris 2024, onde defende seu título da edição anterior. Ele parte para a capital francesa no dia 19 de agosto. Suas provas estão agendadas para os dias 6, 7 e 8 de setembro.

Em uma recente entrevista, ele destacou a motivação e o empenho da equipe para defender seu título e trazer mais uma medalha de ouro para Mato Grosso do Sul. “Tenho boa expectativa de trazer um bom resultado para o nosso estado, que tanto me apoia e me motiva. Estou buscando minha melhor alta desempenho para esses jogos”, afirmou Fernando.

Certo do apoio da torcida de seu estado natal, Rufino convocou a torcida a acompanhá-lo na disputa por mais medalhas conquistadas para o Brasil. “Conto com a torcida de todo o meu estado do Mato Grosso do Sul, meus familiares da minha cidade Itaquiraí, Mato Grosso do Sul e toda minha família e meus amigos aí que torcem por mim”, concluiu.

Atleta sonhava em ser peão de rodeio, o que lhe rendeu o apelido de ‘Cowboy de Aço’ (Foto: J Mendes)

Vivendo o esporte

Fernando Rufino vive o esporte com total dedicação. “Não sou atleta de final de semana; sou atleta de segunda a segunda”, revelou. Sua rotina é completamente voltada para a canoagem, envolvendo treinamento intenso, alimentação adequada e descanso. Apesar da dedicação extrema, ele também reserva tempo para relaxar e aproveitar a vida fora das competições.

Quando questionado sobre suas primeiras remadas e o fato de estar agora no topo da modalidade, Rufino confessou que, no início, não imaginava alcançar tão alto. “Comecei o esporte para conquistar um sonho, e esse sonho se transformou em outro: chegar ao topo do mundo. Agradeço muito ao meu estado por me apoiar e me dar um ótimo treinador”, explicou.

Contudo, sobre o cenário paralímpico atual, Fernando reconhece o potencial do Brasil, mas acredita que há espaço para melhorar a base dos atletas. Ele defende que é essencial investir na estrutura de base e motivar novos talentos desde o período escolar.

Jogos Paralímpicos de Paris

A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris acontece no dia 28 de agosto, com competições em todos os dias posteriores até 8 de setembro, data da cerimônia de encerramento.

Assim, a delegação brasileira conta com 279 atletas, em grupo formado por 254 esportistas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.

Os atletas do país estarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos. Com isso, essa será a maior missão brasileira em uma edição do megaevento fora do Brasil.

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