Depois do triunfo com medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris 2024, a ginasta Rebeca Andrade tem inspirado meninas que já fazem ginástica e outras tantas que desejam entrar nessa graciosa, mas árdua modalidade.

Em Campo Grande, o Cefat (Centro de Formação de Atletas) Rose Rocha tem uma fila de espera de 250 meninas. O centro atende cerca de 400 atletas, entre meninas e meninos, mas são as garotas que têm maior número no local.

“Ao longo do tempo a ginástica já vem se desenvolvendo no Estado; tem crescido. Mas as olimpíadas dão uma visibilidade maior. Então, as crianças olham e dizem: ‘é isso que eu quero fazer'”, explica a coordenadora pedagógica do Cefat, Elaine Nagano.

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Elaine Nagano (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Rebeca Andrade voltou de Paris com 4 medalhas (1 ouro, 2 pratas e 1 bronze). Rebeca ganhou o ouro na competição final pelo solo e passou a favorita, a americana Simone Biles. “As crianças aqui de dentro também se sentem orgulhosas. Nós nos reunimos aqui para assistir a final da Rebeca. É bem bacana essa conexão das olimpíadas e elas se sentem mais motivadas para quem sabe um dia ser uma Rebeca”, diz Elaine, uma das primeiras ginastas de Mato Grosso do Sul.

“Eu espero chegar aonde a Rebeca Andrade chegou”

Há 35 anos, o Cefat é o único local público que oferece treinamento de ginástica dos três que existem em Campo Grande. A atleta Maria Luiza, de 13 anos, já treina há 6 e admira Rebeca Andrade.

“Muito orgulho do esforço que ela vez para chegar lá e muita admiração também. É lindo”, diz ao Jornal Midiamax. Desde pequena ela já sentia afinidade com a ginástica e assistia a vídeos no YouTube.

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Maria Luiza (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

“Eu espero chegar aonde a Rebeca Andrade chegou porque é um esporte que eu gosto muito e tenho muito interesse em crescer”, afirma a ginasta, que ama a categoria solo e também se encanta do amor pela equipe de ginastas.

Elaine afirma que além dos benefícios físicos, as crianças também aprendem a disciplina e organização fora do centro de treinamento. “Ela vai se organizando de uma maneira que além da gente fazer a prática da ginástica, a gente prepara bons cidadãos”, diz a coordenadora.

“Eu me vejo ganhando medalhas”

A atleta Giovana Mitidieri, de 11 anos, começou a observar as outras meninas fazendo estrelinhas quando era menor e nem sabia da existência da ginástica artística. Mas, no fundo, sabia que era o que desejava fazer.

“Quando eu era bem pequenininha, eu sempre via as meninas fazendo estrelinhas e eu nem sabia que existia a ginástica nessa época. Mas eu sabia que eu queria fazer aquilo, dai eu descobri o Cefat e quis entrar para a ginástica”, diz Giovana à reportagem.

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Giovana (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Para o futuro, ela pretende seguir na carreira de atleta e gosta bastante das barras assimétricas e o solo. A ginástica artística – ou ginástica olímpica – feminina usa 4 aparelhos: a barra, o solo, as argolas e o cavalo.

E assim como as demais meninas, se inspira na Rebeca Andrade. “Eu me vejo ganhando medalhas. Me sinto inspirada; me inspiro nelas”, afirma. Se depender do pai, o músico Robson Canamaro, Giovana vai seguir na carreira.

“O esporte é muito importante na vida das pessoas. Independente de ela decidir ser uma atleta olímpica, isso com certeza só vai trazer benefícios para a vida dela”, diz ele, que incentiva a filha. Além dos treinamentos no centro de formação, Giovana também pratica em casa.

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Fila de espera chega a 250 meninas (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)