Dirigentes dos times de Mato Grosso do Sul não receberam bem a nomeação de Estevão Petrallas, ex-presidente do Operário e vice-presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), como interventor da CBF (Confederação Brasileira de Federal) na entidade.

Por isso, clubes se uniram e vão acionar o TJD (Tribunal de Justiça Desportivo) contra a decisão. Para os dirigentes, a nomeação do vice-presidente no lugar de Francisco Cezário – preso desde o dia 21 de maio na Operação Cartão Vermelho – não muda o status na federação, que para muitos, parou no tempo.

Aqueles que acompanham há anos o futebol sul-mato-grossense são os mesmos que tecem críticas ao sucateamento e falta de força da federação. O presidente da Portuguesa, Gilmar Ribeiro, defende a troca da diretoria. “A gente precisa de sangue novo para a Federação”, opina.

“Nós não compactuamos com o nome de Estevão Petrallas para ser interventor do futebol sul-mato-grossense pela CBF. Nós somos contra esse nome”, diz o presidente do Comercial, Claudio Barbosa.

Assinaram abaixo assinado comunicando que irão procurar os direitos pelo meio legais:

  • Dourados AC
  • Sete de Setembro
  • Esporte Clube Comercial
  • Ivinhema FC
  • OAC
  • São Gabriel EC
  • Cefac/Esquerdinha
  • Portuguesa
  • Novo Futebol Clube

Nomeação de interventor

A nomeação do interventor pela CBF acontece quase uma semana após a prisão de Cezário. Estevão atualmente é presidente do Conselho Deliberativo do Operário e deve pedir afastamento por 90 dias para assumir a intervenção.

O nome de Estevão foi anunciado após o pedido de afastamento de Cezário das funções da Federação, nesta segunda-feira. A portaria da entidade máxima do futebol brasileiro foi publicada enquanto os clubes estavam em reunião para decidir os rumos da federação.

Aqueles que não gostaram do escolhido para assumir interinamente a FFMS ainda podem não acatar o nome da CBF na assembleia geral extraordinária, convocada pelos dirigentes para o dia 7 de junho.

Segundo o estatuto da CBF, os clubes filiados tem decisão soberana para decidir e escolher o interventor em assembleia. Além do nome do interventor, os clubes vão decidir sobre o afastamento da diretoria e alteração do estatuto da FFMS.

Operação na Federação de Futebol

Operação Cartão Vermelho identificou desvios de mais de R$ 6 milhões. Conforme informações do Gaeco, o grupo realizava pequenos saques de até R$ 5 mil para não chamar atenção dos órgãos de controle.

Mais de R$ 800 mil foram apreendidos, inclusive em notas de dólar somente durante o cumprimento dos mandados nesta terça-feira, além de revólver e munições.

Assim, os valores eram distribuídos entre os integrantes da organização criminosa. O esquema se estendia também a outras empresas que recebiam altas quantias da federação. Assim, parte dos valores era devolvida ‘por fora’ ao grupo.

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. Equipes do Gaeco cumpriram 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

Conforme o Gaeco, o nome da operação faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.