Brasil joga mal, passa aperto, mas ataque dá vitória sobre a Colômbia no Pré-Olímpico
O futebol continua bastante fraco e sem inspiração
Diego Alves –
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A seleção brasileira está muito perto do quadrangular final do Pré-Olímpico de Caracas, na Venezuela, ao ganhar pela segunda vez na competição. Mas o futebol continua bastante fraco e sem inspiração. Nesta sexta-feira, a equipe de Ramon Menezes passou enorme sufoco da Colômbia, mas ganhou por 2 a 0 graças a gols de um apagado Endrick e de John Kennedy, para chegar aos seis pontos.
Na segunda-feira a equipe encara o líder Equador em confronto direto que pode valer a primeira colocação da chave. E, até lá, Ramon Menezes terá enorme trabalho para fazer a seleção brasileira jogar bola. O time quase não finalizou diante dos colombianos e mostra muitas carências técnicas e táticas, apesar de conseguir os resultados positivos.
Desgostoso com a pavorosa apresentação da estreia, com vitória magra diante da frágil seleção boliviana, o técnico Ramon Menezes resolveu modificar a seleção. E trocou seu setor de criação, barrando Guilherme Biro e Marquinhos para as entradas de Alexsander e Maurício. O treinador ainda mexeu na defesa, com Khellven assumindo a lateral-direita e o improvisado Marlon Gomes voltando ao meio-campo em sua posição de origem. Bruno Gomes perdeu a vaga.
Com a vitória do Equador sobre a Bolívia (2 a 0) na partida que abriu o dia, a seleção brasileira não tinha chances de fechar na liderança. Os próximos rivais no Pré-Olímpico somam sete pontos com um jogo a mais. Mas ganhar significava dar enorme passo ao quadrangular final já que abriria vantagem de quatro pontos sobre a Venezuela, terceira após dois empates.
Com somente dois minutos de bola rolando, quase os colombianos aproveitaram uma roubada de bola de Michel para abrir o placar. Na finalização, Andrey cortou quase em cima da linha. O Brasil não sabia como sair jogando com a marcação alta dos ameaçados adversários, superados na estreia por 3 a 0 dos equatorianos e sob pressão do resultado positivo.
Superado o susto inicial – a Colômbia se postou para os contragolpes e investindo no erro verde e amarelo -, o Brasil tentou equilibrar as ações na cadência. Com muitos passes laterais, a ideia era tirar o ímpeto oponente administrando a posse de bola. Na técnica, a seleção começou a rondar com perigo na área. Com Endrick bem vigiado, John Kennedy era quem mais recebia. Carecia de tranquilidade, contudo. Ansioso, deixou escapar lances que podiam resultar em coisas boas.
Diferentemente da estreia, o Brasil até ousava sair mais com a bola. Porém, mais uma vez o excesso de erros nos passes pesava em novo início sem inspiração. Contra a Bolívia, o time ainda achou um gol cedo. Nesta sexta-feira, a equipe sofria pelo lado esquerdo da defesa com um inspirado Carlos Cortés e via Mykael trabalhar bastante.
Quando o momento era delicado, com a Colômbia crescendo e ficando empolgada, apareceu o diferencial brasileira. Uma batida forte de John Kennedy obrigou o goleiro a dar rebote. Endrick aproveitou a sobra para mandar às redes e garantir a festa de seu pai nas arquibancadas. O atacante dançou e exibiu uma foto com a namorada na comemoração.
Sair na frente era vital para a seleção brasileira ter o contra-ataque. Foram dois antes do intervalo e um deles quase terminando em pintura de John Kennedy. O jogador do Fluminense recebeu de Endrick, passou pelos marcadores e mandou de bico. Guerra salvou.
A vantagem de 1 a 0 em nada tranquilizou a seleção brasileira, que retornou do descanso repetindo o futebol sem graça da estreia e sofrendo para protagonizar algo de bom. Eram irritantes passes sem objetividade e um leve domínio colombiano
Ramon Menezes andava de um lado para o outro, falava bastante com seu auxiliar, gesticulava e parecia não ser ouvido. O Brasil demorou 10 minutos para finalizar. Endrick bateu sem força. O Brasil não atacava e era sufocado.
Mykael livrou o time do empate em cabeçada à queima roupa de Carlos Cortés. Nem bem fez o milagre e o goleiro presenciou Gómez e Palacios desperdiçarem novas oportunidades de ouro para a Colômbia. Com tamanha pressão, Ramon Menezes, visivelmente incomodado, resolveu tirar o sumido astro Endrick e sua aposta Maurício para ver se fazia a seleção renascer em campo.
A postura brasileira não mudou tanto, mas ao menos Pec e Pirani se movimentavam e corriam mais. Quando o empate parecia ser o resultado justo, John Kennedy garantiu o alívio. Andrey achou Pec no fundo. O atacante cruzou para traz e o talismã do Fluminense mandou às redes para definir os 2 a 0 em nova vitória com futebol bastante carente do Brasil.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 2 x 0 COLÔMBIA
BRASIL – Mykael; Khellven (Ronald), Arthur Chaves, Michel (Luan Patrick) e Kaiki Bruno (Rikelme); Andrey Santos, Marlon Gomes, Alexander e Maurício (Gabriel Pirani); John Kennedy e Endrick (Gabriel Pec). Técnico: Ramon Menezes.
COLÔMBIA – Guerra; Mosquera (Tanton), Ceballos, Velásquez e Alvarez; Nelson Palacios, Castillo, Oscar Cortés e Daniel Ruiz (Bhahian Palacios); Gómez e Carlos Cortés Quinones). Técnico: Héctor Cárdenas.
GOLS – Endrick, aos 24 minutos do primeiro tempo; John Kennedy aos 37 do segundo.
CARTÕES AMARELOS – Arthur Chaves e Kaiki Bruno (Brasil); Ceballos e Palácio (Colômbia).
ÁRBITRO – Cristian Garay (Chi).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Brigido Iriarte ( Libertador), em Caracas, na Venezuela.
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