A boxeadora argelina Imane Khelif comentou pela primeira vez sobre a polêmica envolvendo seu gênero durante as Olimpíadas de Paris-2024. Ela fez a declaração após vencer a húngara Anna Luca Hamori nas quartas de final da categoria até 66 kg do boxe feminino, neste sábado (3).

Imane Khelif afirmou: “Quero dizer ao mundo inteiro que sou mulher e continuarei mulher. Eu dedico esta medalha ao mundo e a todos os árabes, e digo a vocês, vida longa à Argélia.”

Agora, Khelif tentará garantir uma vaga na final na próxima terça-feira (6), quando enfrentará a tailandesa Janjaem Suwwannapheng a partir das 16h34 (horário de MS).

Controvérsia sobre gênero

A controvérsia sobre o gênero de Khelif surgiu em 2023, quando a Associação Internacional de Boxe (IBA) a desclassificou do Mundial de Boxe. Ela não teria passado em um “teste de gênero” realizado pela organização.

Outra lutadora também enfrentou questões semelhantes relacionadas a testes de gênero. A IBA também reprovou a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting. A organização porém não divulga os detalhes do método, que considera “confidencial”, mas afirma que essas atletas têm “vantagens comparativas” sobre as demais competidoras.

Imane Khelif garantiu sua vaga nas Olimpíadas de Paris-2024, e a polêmica sobre ela ganhou mais atenção na última quinta-feira (1°), após sua vitória contra Angela Carini. A atleta italiana desistiu da luta após 46 segundos devido a golpes na altura do nariz.

O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI) esclareceu que o teste de testosterona não é ideal. Mark Adams explicou: “O teste de testosterona não é perfeito. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona semelhantes aos dos homens, embora ainda sejam mulheres.”

Além disso, o COI revelou que a IBA não é mais reconhecida como uma organização competente desde 2023, devido a falhas relacionadas à integridade e transparência, além de acusações de manipulação de resultados e corrupção.

Não há confirmação de que Imane Khelif não seja uma mulher cisgênero. Apesar de a imprensa internacional ter levantado, sem comprovação, a possibilidade de que a boxeadora argelina seja intersexo (nascendo com características sexuais não binárias), não existem evidências que sustentem essa hipótese.

Com informações do UOL