Técnico de MS é reconhecido pelo Comitê Brasileiro pelos trabalhos no Paradesporto
O treinador atende em Dourados e região, atuando principalmente em comunidades indígenas
Fábio Oruê –
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O profissional de Educação Física, Rafael Alves da Silva Alencar, foi um dos homenageados, na quinta-feira (9), na 11ª edição do Prêmio Paralímpicos, em São Paulo (SP), do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro)
Desde 2011, a solenidade condecora atletas paralímpicos que se destacaram em competições nacionais e internacionais, além de técnicos inspiradores do paradesporto no país.
O sul-mato-grossense de 31 anos recebeu o Prêmio Braskem, como “personalidade que se destacou por comportamento exemplar e inspirador no Movimento Paralímpico, sendo referência em ações que motivaram a transformação positiva, dentro e fora das competições”.
Rafael Alencar é técnico de paratletismo e trabalha na formação esportiva de crianças e adolescentes em Dourados e região, atendendo principalmente em comunidades indígenas.
“Gratidão é a palavra que resume esse prêmio. É a prova de que meu trabalho feito em prol do esporte paralímpico é significativo”, destaca.
“É uma motivação a mais para continuar trabalhando com amor. Esporte paralímpico é isso, é amor ao próximo. Tenho a certeza que os atletas nos veem de uma forma diferente, como parte da família, e por isso temos que dar o nosso melhor sempre”, complementa.
Trabalho nas comunidades indígenas
O professor de Educação Física integra o Programa MS Desporto Escolar (Prodesc), desenvolvido pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) junto à SED (Secretaria de Estado de Educação). O programa oferece treinamento esportivo no contraturno das aulas da Rede Estadual de Ensino.
Em Dourados, Rafael ensina crianças e adolescentes com deficiência visual, intelectual e física. Um dos participantes é David Morales, de 15 anos, que nasceu e vive na Aldeia Bororó. O jovem indígena conheceu o paratletismo em 2020, durante uma visita do técnico à comunidade em busca de novos integrantes para o treinamento.
“A maioria dos atletas não têm condições de comparecer aos treinamentos na cidade. Então, gente tem ido até as comunidades, levando os materiais de treinamento e adaptando o trabalho à realidade deles”, relata Rafael, que acompanha David duas vezes por semana, dependendo da rotina do jovem.
O atleta da classe T38 (para pessoas com paralisia cerebral) participou da primeira competição nacional em 2021, as Paralimpíadas Escolares, em São Paulo (SP), conquistando três medalhas de bronze, nos 75 e 250 metros livres, e no salto em distância.
“Para ele e sua família, tudo isso é uma novidade. Os pais ficaram muito felizes com a possibilidade do filho competir no alto rendimento em outra cidade. Há pouco tempo, eles não imaginavam que isso era possível”, enfatiza o técnico, em entrevista ao Comitê Paralímpico.
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