O Brasil inicia nesta sexta-feira (8) contra a Bolívia, em Belém (PA), o caminho rumo à Copa do Mundo de 2026, que será disputada no Canadá, México e Estados Unidos. A próxima edição do Mundial será a primeira a contar com o novo formato de 48 seleções.

Assim, cada uma das confederações terá um aumento no número de representantes na competição. Dessa forma, a Conmebol e a América do Sul não fogem à regra.

Entre 1998 e 2022, período em que a Fifa realizou a Copa do Mundo com 32 seleções, a América do Sul tinha 4 vagas diretas para o Mundial, além de ter direito à repescagem. Então, com 10 equipes, a Conmebol utilizou o formato de pontos corridos, com 2 turnos, para definir seus representantes. A partir desta quinta-feira (7), quando se inicia as Eliminatórias para 2026, serão 6 vagas garantidas.

O formato seguirá o mesmo para este ano. Assim, todas as 10 seleções (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela) se enfrentam em 2 turnos, com jogos em casa e fora.

A diferença é que, com as 2 vagas a mais para as seleções sul-americanas, o continente poderá ter um número recorde de representantes no Mundial da América do Norte e igualar a marca de 1930.

Seis colocados vão para os grupos e um disputa a repescagem

Os 6 melhores colocados, ao final das 18 rodadas, avançam para a fase de grupos em 2026. O sétimo colocado jogará a repescagem internacional, contra representantes da África, Ásia e América do Norte.

Dessa forma, em um cenário que todos os sul-americanos avancem, a Copa do Mundo de 2026 superará a marca de 2014, quando 6 seleções do continente disputaram o torneio. Isso ocorreu porque o Brasil, país-sede, não disputou as Eliminatórias e se classificou automaticamente.

Argentina, Colômbia, Chile e Equador avançaram diretamente, enquanto o Uruguai se classificou pela repescagem.

Em 1930, 7 sul-americanos disputaram o torneio inaugural. No entanto, diferentemente dos anos posteriores, não houve Eliminatórias: os participantes foram convidados pela Fifa e pelas confederações –tanto que tiveram desistências antes do seu início. Das 13 equipes, 7 eram da América do Sul e outras duas da América do Norte.

O sorteio, para definir o chaveamento da repescagem internacional, ocorrerá durante o período das Eliminatórias. Em 2022, o Peru, quinto colocado nas Eliminatórias, enfrentou a Austrália, mas foi derrotado na disputa por pênaltis após empate por 0 a 0 no tempo regulamentar e prorrogação.

A Argentina, atual campeã mundial, também disputa as Eliminatórias. Isso porque, desde a Copa do Mundo de 2006, o vencedor do torneio anterior não ganha a vaga direta para o Mundial seguinte. Assim, a seleção liderada por Messi estreia na fase preliminar nesta quinta-feira contra o Equador, que começa com -3 pontos, em decorrência do Caso Byron Castillo, no último ano –quando o jogador utilizou documentos falsos durante as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa.

Quais seriam as classificadas

Levando em consideração a tabela final das Eliminatórias para a Copa de 2022, além de Brasil, Argentina, Uruguai e Equador, Peru e Colômbia, quinto e sexto colocados, respectivamente, estariam classificados para a disputa do Mundial. Então na repescagem, o Chile, sétimo lugar na classificação final, brigaria pela última vaga.

Assim, a nova fórmula permite que, em um cenário ideal, a Conmebol tenha 70% de suas seleções na Copa do Mundo. É a maior porcentagem dentre as confederações. Em comparação, a Uefa tem 55 membros e, no novo formato, terá 19 representantes no Mundial (34,5%).

A Copa do Mundo de 2026 será a 23.ª edição da competição organizada pela Fifa. Vale lembrar que desde 1930, o Brasil nunca esteve fora do torneio, que foi paralisado em 1942 e 1946 em função da Segunda Guerra Mundial.

No entanto, até 1954 não houve um sistema de Eliminatórias na América do Sul nos moldes atuais. Por desistências, as seleções se classificavam automaticamente. Então, com o aumento do interesse e organização da Fifa, o Mundial da Suíça foi o primeiro no qual a Conmebol conseguiu instituir o formato

Quais seleções sul-americanas disputaram cada mundial

1930 – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai (7)

1934 – Argentina e Brasil (2)

1938 – Brasil (1)

1950 – Brasil (país-sede), Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai (5)

1954 – Brasil e Uruguai (campeão) (2)

1958 – Argentina, Brasil e Paraguai (3)

1962 – Argentina, Brasil (campeão), Chile (país-sede), Colômbia e Uruguai (5)

1966 – Argentina, Brasil (campeão), Chile e Uruguai (4)

1970 – Brasil, Peru e Uruguai (3)

1974 – Argentina, Brasil (campeão), Chile e Uruguai (4)

1978 – Argentina (país-sede), Brasil e Peru (3)

1982 – Argentina (campeão), Brasil, Chile e Peru (4)

1986 – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (4)

1990 – Argentina (campeão), Brasil, Colômbia e Uruguai (4)

1994 – Argentina, Bolívia, Brasil e Colômbia (4)

1998 – Argentina, Brasil (campeão), Colômbia, Chile e Paraguai (5)

2002 – Argentina, Brasil, Equador, Paraguai e Uruguai (5)

2006 – Argentina, Brasil, Equador e Paraguai (4)

2010 – Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai (5)

2014 – Argentina, Brasil (país-sede), Colômbia, Chile, Equador e Uruguai (6)

2018 – Argentina, Brasil, Colômbia, Peru e Uruguai (5)

2022 – Argentina, Brasil, Equador e Uruguai (4)