Com a cara e a coragem, gêmeas do MMA aproveitam chance de ouro e deixam MS para treinar na Rússia

Irmãs gêmeas de MS lutam há 4 anos e têm oportunidade de alçar uma carreira internacional

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Gêmeas vão passar três meses na Rússia (Foto: Arquivo pessoal)

O fuso diferente, a cultura e o frio de Moscou, na Rússia, não foram páreos para as gêmeas do MMA (Artes Marciais Mistas), Geovanna e Josiany Lemes, de 22 anos, que saíram do Brasil rumo a uma carreira internacional.

A oportunidade de ouro surgiu quando Josy foi até a Rússia participar de uma difícil missão: lutar com uma oponente duas categorias acima. “Vim como azarão [sem muitas chances de vitória]; foram 3 rounds na luta e ganhei a luta; mas como a menina era da casa deram a vitória pra ela”, conta Josiany ao Jornal Midiamax.

Apesar da derrota técnica, a luta abriu portas para as irmãs lutadoras. Na ocasião, Josy conheceu um atleta de UFC, que a ajudou durante a disputa. “Ele entrou em contato com meu professor Rafael Vinicius, perguntando se a gente teria interesse em ficar 3 meses na Rússia, com tudo pago”, relembra.

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Irmãs começaram no muay thai (Foto: Arquivo pessoal)

“Aceitamos na hora, é claro. E viemos para cá com a cara e a coragem de um sul-mato-grossense, sem nem saber falar russo”, relata Josy à reportagem. Na bagagem, a lutadora levou a irmã Geovanna.

“O pessoal trouxe nós duas para vir, raramente nos eventos tem irmãos que lutam, ainda mais gêmeos; praticamente muito difícil de se achar”, explica Ge.

Diferença cultural

Enquanto estão no país, as irmãs precisam enfrentar a rotina de treinos e também as gritantes diferenças culturais. “O clima e a cultura são bem diferentes. Os homens daqui não têm o costume de cumprimentar as mulheres, então no começo é bem complicado se acostumar”, explica Josy.

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Josy foi lutar na Rússia e impressionou (Foto: Arquivo pessoal)

“Aqui é completamente diferente. Os costumes, hábitos; os horários então nem se fala, completamente diferente”, complementa Geovanna. Além da distância, a fuso horário também é um desafio.

“O fuso horário é bem complicado também, por conta de ser 7 horas de diferença de Campo Grande para Rússia”, diz Josy. Ou seja, enquanto os galos cantam em Mato Grosso do Sul, a Rússia já está na hora do almoço.

“Ainda não sabemos os próximos capítulos. Estamos aguardando, mas a experiência está sendo incrível”, confessa Ge.

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Companheiras, elas se ajudam com a saudade da família (Foto: Arquivo pessoal)

As gêmeas do MMA

As sul-mato-grossenses já lutam há 4 anos, começaram no muay thai ainda em Mato Grosso do Sul e há pouco tempo entraram para o MMA. “Estávamos mais focados na trocação, aí tivemos uma oportunidade de lutar MMA em Bonito e decidimos migrar”, conta Geovanna.

“Por conta da pandemia, atrapalhou um pouco o procedimento, há dois anos o professor Rafael Vinicius, entrou em contato com meu professor Neto Gonçalves, para levar a gente pro Rio de Janeiro”, conta Josy, que morava no RJ com a irmã antes de irem para a Rússia.

Geovanna já tem 2 cinturões de MMA, da categoria 66 kg, que conquistou em Bonito, e o outro na categoria 61 kg em Corumbá. Já Josy tem 2 cinturões de kickboxing da categoria 57 kg e na de 70 kg. “Hoje meu cartel são 5 lutas e o da Josy são 4 lutas”, complementa a irmã.

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Geovanna conquistando um dos seus cinturões (Foto: Arquivo pessoal)

“Topa tudo”

Irmãs gêmeas que são lutadoras e saíram de Mato Grosso do Sul para a Rússia só tem elas mesmo. E é a cumplicidade que as fortalece para continuar lutando no ringue e pelos sonhos das duas.

“Ela me acompanha nas loucuras; ela topa tudo. Deixamos tudo pra ir atrás do nosso sonho, só com o apoio e a benção dos nossos pais”, diz Josiany.

Para Geovanna, quando a saudade da família aperta, ter a irmã do lado – que entende como é a dura rotina da luta – deixa tudo mais leve. “Ela está ali do meu lado todos os dias, não deixando desanimar e tendo o mesmo propósito de crescer juntas. É, sem dúvidas, a melhor coisa que poderiam ter me dado, tendo a Josy do meu lado, me ajudando em tudo”, declara.

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Nasceram ‘juntas’, treinam juntas e agora também crescem juntas no esporte (Foto: Arquivo pessoal)

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