‘Aquilo ali era fantástico’: jogadores e torcidas lamentam fim do Terrinha em Campo Grande
Organização do campeonato terrinha alegou, principalmente, dificuldades financeiras
Fábio Oruê –
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O fim do mais tradicional campeonato amador de futebol em Campo Grande pegou muitos de surpresa, neste domingo (4). Com a notícia do encerramento das atividades, jogadores e a torcida, que acompanhavam os jogos, lamentam ter que se despedir.
“Minha infância foi aí no terrinha! Cresci e fui feliz em ser campeão aí! Foram muitas felicidades e que ficarão guardados na memória!”, postou um jogador amador, nas redes sociais. “Campo Grande perde um dos mais charmosos e competitivos campeonatos amadores”, acrescentou outro
“Onde tudo começou. Foi e sempre será o melhor amador de MS. Só quem acompanhou os campeonatos sabe o quanto aquilo ali era fantástico. Tive o privilégio de acompanhar meu irmão em alguns jogos. Obrigada pelas emoções vividas”, escreveu uma torcedora.
Terrinha: 23 anos de história
O organizador, Mário Angelo Ajala, anunciou o encerramento da competição após 23 anos de história. Em seu comunicado, recebeu o apoio dos admiradores, que agora ficam órfãos do maior amador de Campo Grande.
“Que tristeza meu amigo Ajala! É duro não ver o reconhecimento dos times, que jogam um dos maiores campeonatos da nossa região. Será uma grande perda, mas saúde mental, financeira e ter paz para dormir, não tem dinheiro no mundo que pague”, postou um.
“Muitos jovens, não só dessa região, mas de quase toda Campo Grande, sempre quiseram participar desse campeonato. Para mim, uns dos mais disputados e equilibrados dos amadores de Campo Grande, e é triste a realidade que o campeonato termina, mas que sempre ficará em nossas memórias e histórias de beira de campo”, disse outro.
Prejuízo de R$ 8 mil
Para Mario, a maior dificuldade é financeira. “O último campeonato tive prejuízo de R$ 8 mil e nos últimos anos tem R$ 42 mil que tenho que receber”, comentou sobre os valores de inscrição que não recebeu.
O organizador contou que parcelava em até 10 vezes a inscrição de R$ 1 mil para equipes. “Eu parcelo em 10 vezes e mesmo assim as pessoas deixaram de me pagar”, lamentou.
Segundo ele, o valor foi cobrado nas últimas edições. Na competição, eram de 20 a 24 equipes participando e a premiação total era de aproximadamente R$ 16 mil.
Então, num cenário com 24 equipes competindo, o valor arrecadado seria de R$ 24 mil. Descontados os R$ 16 mil em premiações, restavam R$ 8 mil. “O restante era para comprar bolas, troféus e materiais”, explicou.
Mario disse que chegou a parcelar em até oito vezes as bolas para os campeonatos, que custavam cerca de R$ 270 cada uma. “Houve descumprimento das equipes com o meu campeonato, eles valorizaram outros campeonatos”, apontou.
Começo de tudo
O Campeonato ‘do Terrinha’ é conhecido por ser a maior competição de futebol amador de Campo Grande, porém, o que muitos não sabem, é que a história que reúne os amantes de society começou há 23 anos após grande confusão.
Na verdade, competições no campo chamado Terrinha, de 42×54 metros, que está localizado na Rua Yokohama, na Vila Almeida, acontecem há mais de 50 anos, entretanto, há 22 anos o campeonato começou a ser organizado por Mário Angelo Ajala. “Eu era dono de time e participava de campeonatos [no Terrinha]. Saímos fora nas oitavas de final, mas continuei assistindo à competição”, lembrou.
Então, afirmou que uma discussão marcou o início do campeonato. “Houve discussão com o responsável pelo torneio, pois ele não tinha premiação para pagar aos vencedores. Então, eu decidi que iria dar os troféus, medalhas e pagar em carne e cerveja. A partir daquele momento, eu assumi”, disse ele, que reviveu ao contar a história.
Com o passar dos anos, o campeonato foi ganhando corpo e passou de 8 equipes para as 24 que disputavam o torneio, que já chegou a ter quase 30 times. Mario preferiu reduzir o número de participantes para que a competição não se prolongasse por muito tempo.
Por fim, a competição tinha duas modalidades: amadores e veteranos [com participantes a partir de 40 anos, com exceção do goleiro que pode ser a partir de 35 anos e de dois jogadores com 38 anos].
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