Importante meio de inclusão social, o paradesporto, às vezes, aparece como o único grito de liberdade e independência para crianças, jovens e adultos PcDs (Pessoas com Deficiência). Mato Grosso do Sul está se desenvolvendo e tem se tornado um berço de jovens promessas do esporte paralímpico em diversas modalidades.

Famílias e pessoas que têm o sonho paralímpico, muitas vezes, não sabem como e nem por onde começar a trilhar esse caminho. Confira um passo a passo para se tornar um atleta de paradesporto.

Como começar?

Profissionais especializados em Educação Especial, Assistência Social e Esportes é que podem fazer a iniciação e a indicação do esporte mais adequado de acordo com a deficiência.

Festival Paralímpico
Festival Paralímpico Loterias Caixa em Campo Grande (Foto: Heitor Luiz/Exemplus/CPB)

Para isso, é recomendado procurar uma instituição voltada para PcDs ou se informar nas Secretarias Municipais de Esporte, Educação e Assistência Social.

No site do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), neste link, é possível conferir informações sobre instituições para PcDs. Na CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais), dentro da aba “Entidades Cadastradas”, os interessados podem consultar os clubes que estão filiados à confederação.

Basta acessar o menu, escolher os filtros por região e estado, e aparecerá a relação de instituições com cadastro ativo.

Festival Paralímpico
Festival Paralímpico Loterias Caixa em Campo Grande (Foto: Heitor Luiz/Exemplus/CPB)

Como ser um atleta paralímpico de alto rendimento?

Antes de se tornar um atleta paralímpico de alto rendimento, a pessoa com deficiência precisa ingressar no esporte que pretende praticar por meio de algum clube paralímpico. Além disso, para participar de competições nacionais e internacionais (e algumas regionais), é preciso passar pela classificação, que consiste no nivelamento e na divisão por classes de acordo com as limitações.

Cada esporte possui a sua classificação específica, podendo ser oftalmológica, para os atletas com deficiência visual, funcional, para os atletas com deficiência física, e psicológica, para atletas com deficiência intelectual.

Já as participações em competições nacionais, internacionais e em Jogos Paralímpicos dependem do rendimento de cada atleta. Depois de estar filiada a algum desses clubes e praticando o esporte de maneira amadora, a pessoa com deficiência precisará se destacar em competições e provas da sua modalidade para que o próprio clube ou patrocinadores comecem a investir na sua carreira como atleta paralímpico.

Treino dos atletas da Seleção masculina
Treino dos atletas da Seleção masculina de goalball (Foto: Renan Cacioli/ CBDV)

Como escolher a modalidade?

A escolha de uma modalidade esportiva pode depender, em grande parte, das oportunidades que são oferecidas às pessoas com deficiência, da sua condição socioeconômica, das suas limitações e potencialidades, das suas preferências esportivas, da facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-las, dentre outros fatores.

É importante ressaltar que alguns esportes paralímpicos não fazem parte do programa paralímpico. No site do Comitê há uma aba com todas as modalidades e informações sobre cada uma delas.

Como começar a competir?

A pessoa com deficiência praticante de esporte, primeiramente, deve estar filiada a algum clube da modalidade que pretende competir. Este clube ou associação também precisa se inscrever em competições paralímpicas (regionais ou nacionais), e o atleta deve cumprir alguns pré-requisitos presentes no Regulamento daquele evento.

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Atletismo é uma das modalidades da regional São Paulo das Paralimpíadas Escolares 2022. (Foto: Ale Cabral/CPB)

Crianças com deficiência

O CPB investe no projeto chamado “Escolinhas do Centro de Formação” em esportes paralímpicos, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O projeto proporciona a crianças com deficiência, com idade entre 10 e 17 anos, a iniciação esportiva em oito modalidades paralímpicas.

As aulas são semanais e voltadas para jovens em idade escolar da cidade de São Paulo e de municípios vizinhos e que estejam matriculadas em rede de ensino reconhecida pelo MEC (Ministério da Educação).

Desde o início de 2022, a CBDV – instituição voltada para cegos – conta com comissões técnicas específicas para trabalhar a formação da base nas Seleções Brasileiras.

Além disso, as famílias das crianças com deficiência podem realizar o processo já citado anteriormente, como buscar clubes ou associações que ofereçam modalidades adaptadas e que estão localizados próximos à residência do praticante de esporte.

Atletas de MS em destaque

Recentemente a judoca de MS Hellen Cordeiro tornou-se a 1ª no ranking nacional em sua categoria. Já Larissa Barros de Oliveira e a técnica Anne Talitha Silva participaram no judô paralímpico do maior evento esportivo escolar do mundo, o Gymnasiade 2022.

hellen judoca ms
De MS, Hellen assumiu o 1º lugar no ranking nacional (Foto: Redes Sociais)

A atleta sul-mato-grossense Emily Bonfim, de 13 anos, se destacou entre 66 competidores da bocha na fase regional São Paulo das Paralimpíadas Escolares. A jovem chamou atenção nas canchas ao arremessar as bolas com os pés com extrema habilidade.

Com muito esforço e treino, a atleta Rosenei Herrera representou Campo Grande e o Brasil em campeonato de atletismo na Dinamarca, na modalidade Petra.